Publicado no JP dia 27/02/2016
Piracicaba
é reconhecida como uma cidade onde as artes têm espaço para
crescer. Exemplo disso são os cinco festivais iniciados a partir de
2005 e seguem até hoje para as diferentes formas de expressão.
No
teatro temos o Festival de Nacional de Teatro. O canto coral está no
Encontro Nacional de Corais e os bailarinos são atendidos com a
Semana da Dança. Da parceria com a Secretaria de Cultura do Estado,
recebemos o Festival Paulista de Circo. E durante o mês de julho
destes últimos seis anos, tem acontecido o Festival Internacional de
Música Erudita (Feimep).
O
Feimep, que só tem crescido desde sua primeira edição, apresenta
uma boa mistura entre aulas e apresentações musicais, onde estão
reunidos instrumentistas de renome internacional e jovens estudantes
em busca de aperfeiçoamento.
Por
volta de 2007, no início da nossa gestão, recebemos a titular da
Secretaria Municipal da Ação Cultural com um pedido para que os
alunos que saiam do Projeto Guri tivessem um local para ensaio e
estímulos para continuar sua formação. Junto com a Semac, sempre
priorizamos o fortalecimento de políticas públicas que
aperfeiçoassem o aprendizado nas artes. Vimos nessa solicitação
uma boa oportunidade. Logo em seguida, tivemos o aval da Associação
de Cultura Artística de Piracicaba, entidade com mais de 80 anos de
história e respeito que já teve em seus quadros, entre outros, o
maestro Fabiano Lozano.
Em
2010 acontecia a primeira edição do Feimep, no Armazém Maria Dirce
de Camargo, dentro do Complexo da Estação da Paulista, onde
funcionava o Projeto Guri e o nosso Núcleo Musical. Me lembro que
neste ano contamos com muitos voluntários e a atração
internacional foi a Orquestra Jovem de Lautaro, Chile, abrindo um
produtivo intercâmbio musical.
No
ano seguinte, impulsionados pelo sucesso, outros apoiadores chegaram.
A Escola de Música de Piracicaba e a Associação Amigos Mahle
trouxeram seus alunos. A coordenação do evento foi assumida por um
piracicabano respeitado em todo mundo, André Micheletti, que junto
com a também musicista Mayumi Micheletti, coordenam o Festival até
hoje, trazendo importantes nomes da música internacional.
O
evento foi ganhando corpo e qualidade. A ele se somaram o JP e a
Revista Arraso, além de importantes participações como o concerto
do consagrado maestro João Carlos Martins, apresentações da
Orquestra Experimental de Repertório e da Sinfônica Heliópolis, do
tenor Jean William, de Rosnei Tuon, piracicabano que toca na
Orquestra de La Suisse Romande, Suíça, entre tantos outros. A
partir de 2012, a programação do Feimep passou a fazer parte da
agenda do Teatro Erotídes de Campos, outro presente que pudemos
oferecer aos artistas piracicabanos.
Aperfeiçoado
a cada edição, o Festival se consagra por sua linha pedagógica
democrática, desenvolvendo os chamados masterclasses - aulas com
professores altamente gabaritados - de violino, violoncelo, viola,
contrabaixo e piano.
Outra
conquista bastante especial a partir de 2015, foi que o também
piracicabano mundialmente reconhecido, maestro Jamil Maluf, que
sempre esteve próximo do Festival, assumiu a regência da centenária
Orquestra Sinfônica de Piracicaba (OSP) e, nesse ano, regeu a
orquestra acadêmica, concerto dos alunos que participaram das aulas
do festival. Neste mês, a OSP abre inscrições para que novos
instrumentistas, e também como resultado deste trabalho que teve sua
notoriedade ampliada pelo Feimep, nossa Orquestra está convidada
para apresentar-se na edição 2016 do Festival de Inverno de Campos
do Jordão.
Para
nós que participamos administrativamente da construção deste
evento desde o início, vê-lo reafirmar o valor da música e dos
músicos piracicabanos mundo afora, é motivo de muita satisfação.
Barjas
Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012