Publicado na edição de 18/02/2016 do JP
O
IBGE divulgou a síntese dos indicadores da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNDA) de 2012, que é um importante
instrumento para compreender a realidade brasileira e, também, para
auxiliar no estabelecimento do planejamento e execução de políticas
públicas.
Os
dados domiciliares do saneamento básico mostram uma dura realidade:
9,2 milhões de domicílios ainda não estão ligados à rede de
abastecimento de água (14,6% do total) e 26,9 milhões deles ainda
não estão ligados à rede coletora de esgoto (42,9% do total).
Assim,
temos no Brasil 13 milhões de domicílios com fossa séptica (20,6%
do total), 10,4 milhões com fossa rudimentar (16,6% do total) e
outros 3,6 milhões com esgoto a céu aberto ou outra forma precária,
representando 5,7% de todas as residências brasileiras.
Se
formos analisar as informações de esgotamento sanitário
regionalmente, vamos encontrar no Nordeste uma situação mais grave
ainda: 63% dos domicílios não estão ligados à rede coletora de
esgoto; 4,1 milhões possuem fossa séptica; 4,4 milhões têm fossa
rudimentar e 1,8 milhão mantêm esgoto a céu aberto ou outra forma
precária. Esta triste realidade é extremamente prejudicial à saúde
pública e contribui diretamente na manutenção da elevada taxa de
mortalidade infantil na região.
Estimativas
da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão do Ministério da
Saúde, revelam que a cada R$ 1,00 investido em saneamento básico
pelos governos, economiza-se R$ 4,00 em custos do sistema de saúde.
Isso porque, a partir do momento que o cidadão tem um sistema de
distribuição de água eficiente, a quantidade de casos de doenças
de veiculação hídrica, como disenteria e esquistossomose, só para
citar dois exemplos, vai diminuir.
Diminuindo
a incidência dessas doenças, o número de vezes que uma mãe
precisará recorrer ao sistema de saúde para levar seu filho ao
médico também reduzirá e, consequentemente, os gastos com saúde
serão menores. A falta de saneamento básico está diretamente
ligada às altas taxas de mortalidade infantil. Para se ter ideia, em
todo o mundo, 1,9 milhão de mortes infantis são causadas por
diarreia todos os anos.
Portanto, investir
em saneamento básico tem grande impacto na expectativa de vida da
população, no meio ambiente e, principalmente, na saúde e na
qualidade de vida das crianças. A nova Campanha da Fraternidade vem
em boa hora, para chamar a atenção sobre a importância dos
governos investirem mais em saneamento básico, para mudar a triste
realidade existente no Brasil, conforme demonstram os dados do IBGE.
Em
Piracicaba esta realidade é completamente diferente da encontrada no
país. A responsabilidade pública dos seus governantes, durante os
últimos 45 anos, propiciou elevados investimentos públicos e
privados no sistema de saneamento básico municipal.
Os
avanços obtidos por Piracicaba nesta área, colocou o município em
posição de destaque nacional, como comprova o resultado da pesquisa
“A gestão das grandes cidades brasileiras: resultados e práticas”,
desenvolvida pelo Instituto Macroplan e publicada pela revista Exame,
edição 1048, que por meio de dados oficiais das 100 maiores cidades
brasileiras, revelou que Piracicaba ocupa a 4ª posição na
adequação das instalações de água e de coleta de esgoto, com 99%
dos domicílios atendidos.
Acrescente-se
a isso, os índices de 99,4% de população com água tratada, 98% de
esgoto urbano coletado
e
100% do esgoto coletado tratado, fruto de muitos anos de trabalho,
planejamento e investimentos no sistema em prol da saúde das pessoas
e na preservação do meio ambiente, em conformidade com os
principais objetivos da atual Campanha da Fraternidade.
Barjas
Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012
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