segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Festival de Música Erudita

Publicado no JP dia 27/02/2016


Piracicaba é reconhecida como uma cidade onde as artes têm espaço para crescer. Exemplo disso são os cinco festivais iniciados a partir de 2005 e seguem até hoje para as diferentes formas de expressão.

No teatro temos o Festival de Nacional de Teatro. O canto coral está no Encontro Nacional de Corais e os bailarinos são atendidos com a Semana da Dança. Da parceria com a Secretaria de Cultura do Estado, recebemos o Festival Paulista de Circo. E durante o mês de julho destes últimos seis anos, tem acontecido o Festival Internacional de Música Erudita (Feimep).

O Feimep, que só tem crescido desde sua primeira edição, apresenta uma boa mistura entre aulas e apresentações musicais, onde estão reunidos instrumentistas de renome internacional e jovens estudantes em busca de aperfeiçoamento.

Por volta de 2007, no início da nossa gestão, recebemos a titular da Secretaria Municipal da Ação Cultural com um pedido para que os alunos que saiam do Projeto Guri tivessem um local para ensaio e estímulos para continuar sua formação. Junto com a Semac, sempre priorizamos o fortalecimento de políticas públicas que aperfeiçoassem o aprendizado nas artes. Vimos nessa solicitação uma boa oportunidade. Logo em seguida, tivemos o aval da Associação de Cultura Artística de Piracicaba, entidade com mais de 80 anos de história e respeito que já teve em seus quadros, entre outros, o maestro Fabiano Lozano.

Em 2010 acontecia a primeira edição do Feimep, no Armazém Maria Dirce de Camargo, dentro do Complexo da Estação da Paulista, onde funcionava o Projeto Guri e o nosso Núcleo Musical. Me lembro que neste ano contamos com muitos voluntários e a atração internacional foi a Orquestra Jovem de Lautaro, Chile, abrindo um produtivo intercâmbio musical.

No ano seguinte, impulsionados pelo sucesso, outros apoiadores chegaram. A Escola de Música de Piracicaba e a Associação Amigos Mahle trouxeram seus alunos. A coordenação do evento foi assumida por um piracicabano respeitado em todo mundo, André Micheletti, que junto com a também musicista Mayumi Micheletti, coordenam o Festival até hoje, trazendo importantes nomes da música internacional.

O evento foi ganhando corpo e qualidade. A ele se somaram o JP e a Revista Arraso, além de importantes participações como o concerto do consagrado maestro João Carlos Martins, apresentações da Orquestra Experimental de Repertório e da Sinfônica Heliópolis, do tenor Jean William, de Rosnei Tuon, piracicabano que toca na Orquestra de La Suisse Romande, Suíça, entre tantos outros. A partir de 2012, a programação do Feimep passou a fazer parte da agenda do Teatro Erotídes de Campos, outro presente que pudemos oferecer aos artistas piracicabanos.

Aperfeiçoado a cada edição, o Festival se consagra por sua linha pedagógica democrática, desenvolvendo os chamados masterclasses - aulas com professores altamente gabaritados - de violino, violoncelo, viola, contrabaixo e piano.

Outra conquista bastante especial a partir de 2015, foi que o também piracicabano mundialmente reconhecido, maestro Jamil Maluf, que sempre esteve próximo do Festival, assumiu a regência da centenária Orquestra Sinfônica de Piracicaba (OSP) e, nesse ano, regeu a orquestra acadêmica, concerto dos alunos que participaram das aulas do festival. Neste mês, a OSP abre inscrições para que novos instrumentistas, e também como resultado deste trabalho que teve sua notoriedade ampliada pelo Feimep, nossa Orquestra está convidada para apresentar-se na edição 2016 do Festival de Inverno de Campos do Jordão.

Para nós que participamos administrativamente da construção deste evento desde o início, vê-lo reafirmar o valor da música e dos músicos piracicabanos mundo afora, é motivo de muita satisfação.



Barjas Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012

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