Publicado no JP do dia 02/04
Em
29 de março de 2006, por volta das 17 horas, estava em reunião em
meu Gabinete no Centro Cívico, com um grupo de empreendedores, que
queriam informações sobre o Plano Diretor e a legislação urbana
de Piracicaba quando as vidraças da sala de reuniões começaram a
balançar devido a correntes fortes de vento.
Dessa
sala é possível avistar importante extensão da Estrada do Bangue,
e áreas do bairro das Ondas e do Jupiá, quando foi possível
avistar uma enorme e densa nuvem escura se aproximando da área
central da cidade. Parecia que começava a anoitecer mais cedo, ao
mesmo tempo que a ventania se aproximava fazendo com que os
servidores do Gabinete corressem para fechar todas as vidraças,
tumultuando toda a reunião que se realizava. Alguma coisa de muito
grave estava ocorrendo!
Pedimos
desculpas aos visitantes e interrompemos a reunião e, imediatamente,
acionamos a Defesa Civil, a Guarda Civil Municipal, as secretarias de
Obras, Meio Ambiente, Transportes e Trânsito, Agricultura e
Abastecimento e a de Transportes Internos, para ficarem em alerta e
se prepararem para as emergências que viriam.
Dito
e feito. Piracicaba começava a ser atingida por ventos que chegaram
a 150 Km/h, numa tempestade somente comparada ao evento ocorrido meio
século atrás. O evento, foi classificado por especialistas como
mini ciclone, com chuva e ventos fortíssimos, que durante mais de
meia hora derrubou árvores, danificou carros, destruiu postes de
iluminação pública, arrebentou portas, vidraças e janelas de
inúmeras casas de Piracicaba.
Durante
a noite era possível perceber todo o estrago causado, com ruas
interditadas por postes e árvores caídos e muitas residências
ficaram sem energia elétrica. Um grande transtorno para o qual
haveria de ter uma reação dos agentes públicos e privados para
amenizar o sofrimento e angustia de inúmeras famílias.
A
Secretaria do Meio Ambiente foi a mais envolvida no trabalho de
remoção de árvores com apoio de secretarias municipais e empresas
particulares que foram acionadas para o fornecimento de motosserras,
caminhões, guinchos e demais equipamentos hidráulicos. Durante
semanas as árvores eram serradas em pequenas partes e empilhadas ao
lado das ruas e calçadas, para permitir a passagem de veículos e de
pedestres. Mesmo assim, centenas de residências ficaram tendo
transtornos por vários dias e algumas ruas ficaram interditadas para
o trânsito.
A
sociedade se solidarizou auxiliando na remoção de árvores e as
prefeituras da região gentilmente emprestaram suas motosserras para
que a Prefeitura de Piracicaba e a Defesa Civil tivessem um pouco
mais de agilidade.
Piracicaba
ganhou as manchetes dos principais meios de comunicação que
divulgaram o grande estrago causado por esse mini ciclone que
derrubou milhares de árvores de pequeno e grande porte,
principalmente nas regiões de Escolas, Taquaral/Unimep e área
central da cidade. Mesmo com toda violência das chuvas e ventos
fortes, o curso escolhido pelo mini ciclone, poupou áreas da
periferia com favelas e residências mais precárias e mais
receptíveis aos estragos da ventania. Vale dizer que, na periferia
da cidade, praticamente não tivemos anormalidades, numa proteção
de Deus às famílias de mais baixa renda. Apenas bairros de famílias
de renda média e alta foram atingidas, que por terem estruturas de
alvenaria mais fortes, não foram tão abaladas.
Alguns
bairros ficaram durante dois a quatro dias sem água ou energia
elétrica, levando alguns estabelecimentos comerciais a encerrarem
suas atividades por alguns dias. Com a compreensão de todos, a
cidade foi retomando as suas atividades normais, mas toda a remoção
de árvores destruídas que interrompiam parcialmente o trânsito de
algumas ruas levou cerca de três meses. Ainda bem que os danos foram
apenas material, preservando a integridade física de todos
envolvidos.
Piracicaba
perdeu parte de sua área verde que apenas foi recuperada em alguns
anos pelo importante e bom Programa de Arborização implantado pela
Prefeitura.
Barjas
Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012
É, já passamos por maus bocados climáticos, inclusive uma mais recente um pouco que chegou até a danificar o muro do cemitério não é? Imprevisível.. Será? Acabei de ter uma idéia aqui, Barjas, que quero compartilha-la com você em breve.
ResponderExcluirUm abraço.