segunda-feira, 10 de agosto de 2015

“Puxadinhos”, recursos públicos e benefícios sociais

Barjas Negri - Publicado no JP em 08/08/2015

Quem não se lembra do programa humorístico “Sai de Baixo”, exibido por anos na Rede Globo?  Nele, o ator e escritor Miguel Falabella interpretava Caco Antíbes que, periodicamente, ironizava a população de baixa renda. Segundo ele, era comum a reforma de suas casas, fazendo “puxadinhos” em suas modestas, porém dignas moradias.
Aqui em Piracicaba, não fazendo ironia aos “puxadinhos” de Caco Antíbes, a Prefeitura, nas minhas gestões como prefeito, executou  diversas unidades de serviço modestas porém dignas, e o mais importante, com baixos investimentos. Muitas vezes, não com a beleza arquitetônica esperada, mas prédios públicos mais funcionais e que atenderam à demanda da população, particularmente, nas áreas da saúde, da educação e do lazer entre outras.
Sempre respeitei as pessoas humildes e jamais ironizei os “puxadinhos”, mesmo porque, pertencendo a uma família de baixa renda, compreendo com muita clareza o seu significado. Na verdade, um governante ao recuperar um prédio abandonado, deteriorado ou ocioso, ao mesmo tempo em que aproveita melhor os recursos públicos, dá funcionalidade a novos equipamentos sociais, sem dizer na contribuição para a melhora da paisagem urbana e segurança da população.
Vamos a alguns bons exemplos de “puxadinhos”, focando o período de 2005/2012. Na área da saúde, o Centro Comunitário do Cecap/ Eldorado, antes totalmente deteriorado, transformou-se em importante e funcional Unidade Básica de Saúde (UBS). O mesmo aconteceu com o prédio público do bairro Mario Dedini, que onde passou a ser outro novo Posto de Saúde da Família (PSF).
Na área cultural, foram implantados três Centros Culturais Regionais - “Nhô Serra”, “Zazá” e “Hugo Pedro Carradore” – aproveitando, respectivamente, os prédios abandonados ou ociosos do Centro Comunitário do Parque 1º de Maio, do Centro Social Mario Dedini e do antigo Varejão de Santa Terezinha. Estes bairros, foram privados durante anos de atividades culturais devido à ausência de investimentos públicos. O mesmo aconteceu com o antigo armazém da Estação da Paulista, transformado no Armazém de Cultura Maria Dirce Camargo que hoje abriga o projeto Guri e o Núcleo Musical do município, além de receber diferentes eventos em seu auditório.
Na área social, não foi diferente. Com o reaproveitamento de equipamentos também abandonados, deteriorados ou ociosos. O antigo Centro Comunitário do Itapuã passou a ser o Centro de Atendimento Sócio-educativo (Case); onde era a Emdhap foi estruturadoo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro Mario Dedini; o Centro Social do Jaraguá tornou-se Centro de Artes e Ofício (Caof), como também o velho Centro Administrativo do Parque Piracicaba virou o Centro de Artes e Ofícios (Caof) Regional.
Na área da educação, aquele que havia sido o Centro Comunitário do Jardim Planalto hoje é a Escola de Ensino Fundamental (EMEF). Parte do Parque do Mirante, deteriorado e pouco frequentado, recebeu o Aquário Municipal que, desde sua inauguração, já foi visitado por mais de 400 mil pessoas e é, sem dúvida, reconhecido como importante ponto turístico municipal.
Todos esses investimentos públicos contribuíram para a melhoria da qualidade de vida da população piracicabana, sobretudo a de baixa renda, que recebeu esses equipamentos sociais sem considerá-los “puxadinhos” urbanos. Por parte desses trabalhadores jamaishouve críticas aos investimentos, pois compreenderam rapidamente a sua objetividade e a oferta de serviços de boa qualidade.
Barjas Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012


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