terça-feira, 29 de setembro de 2015

Afasta de ti esse cálice

JOSÉ SERRA – Estadão 24 Setembro 2015 | 02h 55
Em 2010 foi aprovada a Lei do Pré-Sal, ardorosamente defendida pela então ministra e candidata Dilma Rousseff. A nova legislação obrigou a Petrobrás a ser operadora única do pré-sal e bancar ao menos 30% dos investimentos de cada um dos campos a serem licitados, sem exceção. Como a empresa foi asfixiada durante a era petista – sua dívida atinge hoje R$ 500 bilhões! –, não terá tão cedo condições de desempenhar esse papel. O País seguiria perdendo investimentos, produção, receitas de bônus de assinatura, royalties e deixando de gerar empregos.
Por isso mesmo apresentei logo no início de meu mandato no Senado projeto de lei (PLS 131) para liberar a Petrobrás dessa obrigação que atrapalha sua recuperação e prejudica a retomada do crescimento do País. Se aprovado, a produção do pré-sal poderá ser ampliada por investidores privados, dentro das regras vigentes. A Petrobrás manteria direito de preferência nos casos em que, eventualmente, manifestasse interesse. O PL substitui o ônus da obrigação pelo bônus da escolha.
Por incrível que pareça, nossa proposta despertou reações ruidosas nas franjas jurássicas da esquerda. Apesar de desafinada, ela parece ter conquistado o maior poeta de nossa música, Chico Buarque. Quando foi jogar futebol com o pessoal do MST, foi informado pelo comissário Stédile, portador da espontaneidade dos apparatchik, sobre o projeto no Senado “que quer privatizar a Petrobrás e com isso (nos fazer) perder os royalties para a saúde e a educação”. Ao que Chico teria proclamado: “O petróleo é nosso!”.
Sim, “o petróleo é nosso” – a boa insígnia do passado aviltada como grito de guerra dessa mescla de partido e sindicatos que vem arruinando a empresa. Sim, o petróleo deve voltar a ser nosso e a Petrobrás deve deixar de ser a PTbrás.
A seguir, quatro verdades sobre o PLS 131 que a esquerda patrimonialista tenta esconder.
O projeto não mexe no regime de partilha. O Brasil tem hoje três regimes de exploração do petróleo: a concessão, nas áreas licitadas no pós-sal e em terra, antes de 2010; a partilha, para as áreas do pré-sal licitadas a partir de 2010 (o único campo já licitado foi o de Libra, em 2013, que só deverá entrar em produção em 2020); e a cessão onerosa, que decorreu da capitalização da Petrobrás pelo Tesouro em 2010, quando a empresa adquiriu o direito de explorar 5 bilhões de barris. Pois bem, o PLS 131 não mexe em nada disso. Os três regimes serão mantidos e continuarão a coexistir.
O projeto deixa 100% do controle do pré-sal nas mãos do poder público brasileiro. Dizer que as empresas estrangeiras vão tomar o pré-sal é o tutu marambá que os marmanjos jurássicos usam para criar sobressalto no coração das gentes. Mas no regime de partilha e no de concessões já é autorizada a participação dessas empresas. Tal diretriz corresponde exatamente ao fim do monopólio de exploração pela Petrobrás, promovido em 1997, cujos benefícios para o País foram imensos. De 1997 a 2010 a produção da Petrobrás cresceu 2,5 vezes, de 800 mil para 2 milhões de barris/dia!
Mais ainda, os adversários do projeto escondem que a Lei da Partilha dá ao chefe do Executivo a prerrogativa de conceder à Petrobrás – sem licitação e por decreto – a exploração de qualquer campo, se for do interesse nacional. Reafirmo: se for descoberto um novo Kuwait no pré-sal, sua exploração poderá ser concedida diretamente à Petrobrás.
Tampouco dizem que uma empresa estatal, a Pré-Sal Petróleo S/A, estará presente nos consórcios que venham a explorar os campos licitados. Ela controla os aspectos relevantes da produção. E se isso for pouco, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) continua com todos os seus vastos poderes.
O projeto permite o aumento da receita de royalties para a educação e a saúde. O ministro da Educação disse que nosso projeto reduziria o repasse de recursos para o setor! É uma filosofia barata auxiliando o poeta a ser indiferente aos fatos. Como na letra de Noel Rosa, já cantada por Chico, o ministro finge ser rico de royalties para ninguém dele zombar, mas não tem dinheiro nem para pagar as contas do ProUni. É mentira que a educação e a saúde perderiam dinheiro com a aprovação do PLS 131. Ao contrário, se este virar lei, ampliará os royalties e as participações destinadas aos dois setores, pois vai aumentar a produção.
Aliás, sobre o tema royalties/educação, vale lembrar que, neste ano, o Orçamento federal autorizado para a educação é de R$ 112,7 bilhões, dos quais somente R$ 1,2 bilhão foi executado até o momento com recursos de royalties. Um desmentido ao oba-oba petista sobre suas proezas na área.
Segundo a recente revisão do plano de negócios da Petrobrás para 2015-2019, feita pela nova diretoria nomeada pela presidente Dilma, a empresa deixará de produzir 1,4 milhão de barris/dia em relação à meta do plano anterior. Se o PLS 131 ensejar a recuperação dessa produção, vai gerar receitas para a educação da ordem de R$ 20 bilhões anuais.
O projeto não altera o potencial de receita do pré-sal. Os intelectuais do MST afirmam o contrário, lembrando o “tudo aquilo que o malandro pronuncia e o otário silencia”, da Festa Imodesta de Caetano Veloso que Chico costumava cantar. Dizem que o custo da Petrobrás no pré-sal é de US$ 9 por barril de óleo equivalente (boe) e que o custo de outras petroleiras seria muito maior. Nove dólares? Isso é falso. Pelos dados da ANP, o custo no campo de Lula está em US$ 15,7 por boe. No campo de Sapinhoá, o custo médio é de US$ 14 por boe.
Toda a política de exploração do pré-sal chegou a um impasse manicomial devido à disputa sobre quem iria usufruir seus benefícios, sem nunca decidir sobre como fazê-los acontecer. Essa síndrome se repetiu em todos os investimentos da era petista – infraestrutura, mobilidade urbana, energia, etc. Quem pagou o pato foi a economia e quem sofre as consequências é a sociedade, hoje assombrada pelo desemprego, pela queda de renda das famílias e pelo pessimismo quanto ao futuro do País.

Pior: continuam oferecendo essa receita ao Brasil. Que a sociedade afaste de si esse cálice. * JOSÉ SERRA É SENADOR (PSDB-SP)

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Av. Cruzeiro do Sul: revitalização urbana e de lazer

Barjas Negri - Publicado no JP dia 26/09/2015

No final de junho de 2015, participei, com um grupo de empresários, professores, consultores e profissionais liberais, de uma Confraria de Negócios e Cultura, realizada no Restaurante Navegantes, cuja finalidade era debater o Impacto da Situação Brasileira no Desenvolvimento de Piracicaba. Foi uma noite agradável, com muito debate e participação de todos os interessados em melhorar o ambiente de negócios culturais e os ligados à economia criativa de Piracicaba.
Para chegar ao local, é preciso, a partir da Ponte do Morato (próxima à Prefeitura), pegar a margem direita do Rio Piracicaba. No caminho, pude, mais uma vez, observar atentamente as transformações urbanas que ocorreram em toda a extensão da Av. Cruzeiro do Sul - são três quilômetros!
De imediato, chamou a atenção o fato de haver inúmeras pessoas se exercitando na pista de caminhada ena ciclovia, implantadas ainda no nosso segundo mandato à frente da Prefeitura de Piracicaba. Mais adiante, a academia ao ar livre também estava sendo utilizada por moradores da Nova Piracicaba. Isso apenas demonstra o acerto da implantação de equipamentos esportivos e de lazer por meio das secretarias municipais de Defesa do Meio Ambiente (Sedema) e de Esportes,  Lazer e Atividades Motoras (Selam), que revitalizou importante área que estava se deteriorando ao longo do tempo.
Um ponto que chamou bastante minha atenção foi a descontração dos participantes em ações de esporte e lazer numa área toda iluminada, o que proporciona mais segurança e tranquilidade a todos que se dispõem a sair de casa e combater o sedentarismo.
Também pude notar que a pavimentação asfáltica da Av. Cruzeiro do Sul é de boa qualidade, tendo em vista os investimentos recentes da prefeitura, com recapeamento asfáltico eboa organização viária, com as rotatórias das avenidas Paulista e Armando Cesare Dedini. Com isso, pude notar que o trânsito fluía normalmente.
A paisagem urbana do local evidenciava toda a orla do Rio Piracicaba, que, apesar de pouca água, não perdeu sua beleza. Ao mesmo tempo, foi possível observar a expressiva arborização da região, que, junto ao rio, confere uma temperatura mais amena à região.
Notei, ainda, a boa frequência da população nos empreendimentos comerciais localizados na extensão da avenida, como é o casodo Campo de Futebol Social, todo iluminado, e dos restaurantes Dourados e Navegantes.
Toda a recuperação da Av. Cruzeiro do Sul, o conforto proporcionado junto à paisagem urbana, confere aos usuários da via a sensação de satisfação. E este sentimento também ocorre em outras áreas semelhantes da cidade.
  

Barjas Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

João Carlos Martins rege Camerata Bachiana em concerto no Teatro do Engenho


Concerto intitulado Na Roda com o Maestro – Uma Homenagem a Heitor Villa-Lobos será apresentado nesta quarta, 23/09, às 20h

O maestro João Carlos Martins, que aos 75 anos é um dos nomes mais respeitados no cenário musical do Brasil, tanto por seu talento como pianista e regente, quanto por seu bem-sucedido trabalho de difundir a música clássica pelo país, apresenta-se em Piracicaba, no dia 23/09, com o projeto Na Roda com o Maestro – Uma Homenagem a Heitor Villa-Lobos. O concerto, com a Camerata Bachiana, acontece no Teatro Erotides de Campos (Teatro do Engenho), às 20h. A entrada é gratuita, mas os interessados precisam retirar antecipadamente um vale-ingresso, disponível no site da produtora D’Color (www.dcolor.art.br/site/).
O projeto Na Roda com o Maestro – Uma Homenagem a Heitor Villa-Lobos, parte do Circuito de Arte e Cultura CPFL, é viabilizado por meio de Lei de Incentivo Fiscal (lei do PROAC – ICMS – SP), com patrocínio da CPFL Energia. A produção é da D’Color Produções Culturais e Fundação Bachiana, com apoio da Prefeitura de Piracicaba por meio da Semac (Secretaria Municipal da Ação Cultural).
CAMERATA BACHIANA - A Camerata Bachiana faz parte da Fundação Bachiana Filarmônica Sesi-SP. A Orquestra Bachiana Filarmônica apresentou-se pela primeira vez em 2004, na Sala São Paulo, em São Paulo, e depois apresentou-se nas mais importantes salas de concerto do Brasil e exterior.
Em 2006, o maestro João Carlos Martins fundou a orquestra Bachiana Jovem, que tinha por objetivo trabalhar na evolução musical de jovens musicistas e ao mesmo tempo democratizar a música clássica apresentando-se para pessoas que jamais tiveram acesso às salas de concerto. Em 2010, as duas orquestras juntaram-se, formando a Bachiana Filarmônica Sesi-SP, um grupo que reúne músicos profissionais, orientadores e jovens musicistas, que formam hoje uma das mais importantes orquestras da iniciativa privada do Brasil, sem abandonar os ideais que deram origem à Bachiana Filarmônica e à Bachiana Jovem.
SERVIÇO - Na Roda com o Maestro – Uma Homenagem a Heitor Villa-Lobos com maestro João Carlos Martins e Camerata Bachiana. Dia 23/09, às 20h, no Teatro Erotides de Campos (Teatro Engenho), avenida Maurice Alain, 454, Engenho Central, Piracicaba. Informações: (19) 3413-8526. Entrada gratuita, mediante retirada do vale-ingresso no site www.dcolor.art.br/site/. Os vale-ingressos devem ser trocados pelo ingresso no dia do evento, das 18h às 19h45. Os vale-ingressos que não forem trocados até esse horário serão invalidados e disponibilizados ao público geral. Mais informações: (19) 3256-4500 - comunicacao@dcolor.art.br. 

Jogos de azar devem ser legalizados no Brasil?

Não

Destruidor de lares

MENDES THAME 

A prática e a exploração dos jogos de azar em nosso país têm ocasionado graves danos à sociedade e acobertado atividades criminosas, proporcionando lucros estrondosos a organizações suspeitas.
O jogo facilita a lavagem de dinheiro, a prostituição, a corrupção de menores, enfim, problemas sociais que buscamos combater. Legalizar os bingos é atentar contra a estrutura familiar, é um retrocesso brutal que vai causar grande impacto em toda a sociedade.
O jogo no Brasil estava proibido desde 1946, por meio de decreto-lei do presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) e foi readmitido pela Lei Zico (lei nº 8.672/1993) e reafirmada cinco anos depois pela Lei Pelé (lei nº 9.615/98).
Uma nova tentativa de proibir o jogo veio no governo do presidente Lula, por meio da Medida Provisória 168, de 2004, que determinava o fechamento imediato dos bingos. A MP foi aprovada na Câmara, mas foi surpreendentemente rejeitada pelo Senado, deixando o país sem legislação a respeito.
Hoje, a prática do jogo é considerada contravenção penal, de competência dos juizados especiais, no qual as penas primam, sempre que possível, pela conciliação ou simples transação penal.
Os que defendem a liberação dos bingos no Brasil justificam essa posição dizendo que esse mercado cria diversos postos de trabalho e aquece o setor de turismo.
Na verdade, os jogos de azar não criam riquezas. Não há, portanto, um acréscimo no PIB (Produto Interno Bruto). As casas de jogo podem até prestar um serviço, mas vão absorver um dinheiro que já existe e que está na economia familiar.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera o jogo um vício, uma questão de saúde pública. Há trabalhos da USP mostrando a gravidade da ludopatia –vício compulsivo ou patológico em jogar–, que leva uma pessoa a não poder resistir ao impulso de jogar mais e mais, provocando como consequência graves problemas econômicos, psicológicos e familiares.
Alguns defendem a criação de um cadastro nacional de ludopatas. É possível alguém achar que essa medida absurda resolveria o problema? É muito mais sério do que uma lista do Serasa ou qualquer outra. Essa questão é extremamente preocupante e devemos dar toda a atenção de que o caso necessita.
Estudos realizados na USP revelam que há jogadores que descrevem sensações de alguma forma similares às experimentadas por usuários e dependentes de drogas, como sensações tranquilizadoras ou estimulantes, podendo ocorrer as duas em curto espaço de tempo.
Pesquisas ressaltam ainda que, assim como o dependente de drogas faz uso exagerado de substâncias psicotrópicas, o tamanho das apostas de um jogador patológico é aproximadamente dez vezes superior às de outros.
Frequentemente apresentam humor depressivo, irritabilidade, agitação motora, tremores, falta de concentração e uma variedade de sintomas físicos, sendo os mais comuns náuseas e dores de cabeça.
Diante de tantos problemas apresentados até aqui, precisam ser respondidas as seguintes perguntas: a legalização dos jogos de azar no Brasil interessa a quem? Quem será beneficiado com isso: as famílias brasileiras ou apenas um grupo de contraventores?
Legalizar o bingo no Brasil é ignorar todo o avanço conquistado até aqui. É por isso que devemos dizer não a qualquer tipo de atividade que coloque em risco o bem-estar da coletividade. 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Piracicaba: do canavial à produção de automóveis


Publicado no JP do dia 17/09/2015

A estrutura da economia piracicabana diversificou-se e muito de 1970 até agora. Tem bom comércio, setor de serviços dinâmico, indústria de transformação moderna e bastante diversificada.
No entanto, dada a sua antiga agricultura concentrada na produção de cana de açúcar e o fato do setor metal-mecânico liderar a produção de máquinas e equipamentos para o setor sucroalcooleiro, sob o comando de empresas como a Dedini, Codistil e Mausa, Piracicaba é muito mais conhecida pela liderança desse setor que, recentemente, articulou a criação do Arranjo Produtivo Local do Setor Sucroalcooleiro – APLA.
A presença de importante indústria de material de transporte como a Caterpillar, de produtos siderúrgicos como a Arcelar Mittal, de papel e papelão como a Klabin e a OJI, das indústrias especializadas da Unileste e Uninorte entre outras, não foram suficientes para mostrar ao público interno e externo que a nossa economia é arrojada, diversificada, moderna e bem produtiva. Fazer o quê?
Como, ampliar a diversificação da estrutura produtiva local é importante, desde o início de nosso primeiro mandato (2005/2008), procuramos articular com a sociedade civil local - empresários, sindicalistas, Câmara de Vereadores e universidades – num debate para ampliar sua diversificação, visando a geração de renda e de novas empregos. Foi assim a consolidação da Uninorte, a criação da Uninoroeste e a implantação do Parque Automotivo, que contou com importante ajuda do governo estadual.
O que me motivou a escrever este artigo foi a boa matéria publicada no Estadão, no último mês de abril, sobre o novo Polo Automotivo no Nordeste, sob o título “O canavial virou fábrica de automóveis”, semelhante ao que aconteceu em Piracicaba, com a implantação do Parque Automotivo na região do Santa Rosa/Capim Fino. Lá, também, um vasto canavial foi substituído, dando lugar a um conjunto de empresas produtoras de automóveis e de autopeças. Aqui, o exemplo é a montadora coreana Hyundai e seus fornecedores.
São mais de dois milhões de metros quadrados de área agrícola que durante décadas produziram cana de açúcar para as usinas da região. Esse canavial deu lugar às empresas Hyundai, Mobis, Faurecia, Doowon, Myong Shin, Dymos, THN, Haahl, Hwashin e Gabardo, que mudaram e modernizaram a paisagem urbana e rural, concentrando um aglomerado com mais de 7 mil trabalhadores.
O resultado não poderia ser mais animador com a produção de 26 mil veículos, em 2012, passando para 166 mil, em 2013, e para 173 mil, em 2014, transformando-se num dos mais importantes parques automotivos do País. Além da geração de empregos e renda tem contribuído para ampliar a geração de impostos, sobretudo o ICMS, para que a Prefeitura de Piracicaba tenha mais recursos para o atendimento de crescente demanda social. O setor sucroalcooleiro ainda é bastante importante em Piracicaba, mas perdeu peso relativo em decorrência da expansão de outros setores também importantes para a economia local.



Barjas Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A promoção à saúde na cidade do esporte e do lazer



Barjas Negri - Publicado JP 12.05.2012


            Promoção à saúde e ao bem estar da população são duas frentes indissociáveis, que se completam. Sem promover a saúde não dá para falar em bem-estar social. Mas também, não há bem estar-social sem que a maioria das pessoas possa desenvolver hábitos saudáveis. As duas ações, porém, só se sustentam quando a cidade dispõe de equipamentos públicos, de qualidade e em volume suficiente para atender a todos no combate ao sedentarismo. É essa somatória que propicia lazer e atividades físicas diversificadas para crianças, jovens, adultos e idosos.
            A alimentação saudável é outra face desta questão, mas será tratada num outro momento, falando dos varejões, da política de incentivo da Secretaria Municipal de Abastecimento, e também da melhora substancial da merenda escolar feita pela Secretaria da Educação, das campanhas sobre alimentação saudável nas escolas, visando qualidade de vida e redução da obesidade, num trabalho coordenado pelas Secretarias de Saúde e Educação.
            Neste momento é importante salientar que a promoção à saúde e ao bem-estar, também são formas de reduzir a demanda pelo sistema público de saúde. Mais saudáveis, as pessoas necessitam menos dos médicos e buscam menos pelos atendimentos emergenciais, já que adoecem menos. As consultas preventivas costumam bastar a elas.
            Outro detalhe: já foi demonstrado que o esporte e o lazer são fundamentais para reduzir a violência nas cidades, já que afastam as crianças e os jovens da rua, do vício e, consequentemente, do envolvimento com o mundo do crime. Esse movimento faz com que as famílias se sintam mais unidas e seguras. Com mais esporte e lazer, as crianças faltam menos às aulas e têm melhor desempenho escolar. Acaba por acontecer o desenvolvimento de um todo harmônico, que favorece o equilíbrio e a sustentabilidade no médio e longo prazo.
            Foi com essa visão que demos largada, já em meados de 2005, a um amplo projeto de construção de uma cidade voltada aos esportes. Com apoio da Secretaria Municipal de Esportes e a coordenação da Secretaria do Meio Ambiente, responsável pela manutenção dos parques e passeios públicos, levamos a praticamente todos os bairros alguma estrutura esportiva ou de entretenimento. Foram parques infantis, praças, campos de areia, campos de grama, pistas de caminhada, ginásios poliesportivos, equipamentos para a prática de exercícios, academias inteiras e de baixo impacto, entre outros. Comparando o que havia antes de 2005 e o que há hoje, podemos dizer que a cidade foi transformada em um imenso clube, aberto a toda população.
            Os resultados já estão aparecendo? Sim. E ficam mais visíveis quando olhamos para o esporte competitivo, que ganhou uma dimensão espetacular com essa mudança geral na cultura de promoção à saúde e ao bem estar. Focamos também as competições interescolares, os jogos Regionais e Abertos, de alta performance, que são a ponta do processo. Os jovens gostam e participam da vida esportiva da cidade e se dedicam com afinco. Tanto é que conseguimos sair de uma posição medíocre no ranking dos campeonatos intermunicipais do Estado e atualmente estamos entre as melhores colocadas. Mas este assunto também será detalhado em outro artigo.
            A conclusão deste tema é que as áreas de lazer foram tomadas pela população, que aceitou e incorporou nossa proposta. Basta andar pela cidade nos finais de semana e observar os centros esportivos lotados. As crianças dominam os campos de areia e os parquinhos. As famílias se reúnem nas praças dos bairros. Jovens e adultos competem por espaço nas academias de ginástica, nas pistas de caminhada, de skate. Há um sentimento de satisfação no ar e as pessoas agradecem. Foi, de fato, uma mudança de paradigma que permitiu um salto na qualidade de vida de todos. Claro que esse é apenas um aspecto das transformações que estão acontecendo na cidade. Os novos tempos trazem situações  complexas e exigem muito mais. O governo, por sua vez, está atento às demandas para oferecer suporte a tudo o que represente avanço social.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Semac realiza terceira edição da oficina Jovem Cineasta

Inscrições gratuitas podem ser feitas até o dia 02/10, na Estação da Paulista

Do roteiro ao desenvolvimento da produção e filmagem, montagem e finalização. Tudo o que você precisa saber sobre a produção de um curta-metragem será compartilhado na oficina Jovem Cineasta, que chega à sua terceira edição em 2015, com aulas de 03 de outubro a 07 de novembro, na Célula MISP (Museu da Imagem e do Som), no complexo cultural da Estação da Paulista. As inscrições podem ser feitas na Estação, de segunda à sexta, das 9h às 17h, até o dia 2 de outubro. A realização é da Semac (Secretaria Municipal da Ação Cultural), Célula Misp e Frame7.
Segundo o agente cultural Raul Rozados, responsável pela célula, serão desenvolvidos temas relacionados à produção de um filme cinematográfico exibindo, de maneira prática, todo o desenvolvimento de um projeto audiovisual. “Serão mostrados, passo a passo, os caminhos que se iniciam no roteiro, passam pelo desenvolvimento de produção e filmagem, montagem e finalização, até resultar em um filme de curta-metragem”, explica.
Durante as aulas, que serão ministradas aos sábados, das 13h às 17h30, os alunos terão acesso direto a equipamentos, o que facilitará a compreensão de todo o conteúdo teórico apresentado. “O curso é destinado a jovens entre 14 e 18 anos de idade, não é necessária nenhuma experiência anterior e serão oferecidas 30 vagas”, avisa.
As aulas serão ministradas pelo roteirista, cineasta e produtor cultural Roberto Oliveira que, como diretor, realizou, dentre outros, os filmes Subversivos e Filmes Bons São Sobre o Amor; e como produtor cultural tem desenvolvido projetos como a Mostra Livre de Curtas Metragens - desde 2011 - e a Semana de Cinema, que conta com palestras e workshops da área.

CONTEÚDO - O programa da oficina Jovem Cineasta abrange tópicos, como estudo de linguagem cinematográfica, roteiro técnico, storyboard, decupagem, direção de fotografia de cinema e iluminação, produção, equipamentos e suas funções, filmagem e edição de material audiovisual, entre outros.
SERVIÇO - Oficina Jovem Cineasta, destinada a jovens entre 14 e 18 anos de idade. Aulas aos sábados, de 03 de outubro a 07 de novembro, das 13h às 17h30. Na Célula MISP, na Estação da Paulista, avenida Dr. Paulo de Moraes, 1.580, telefone (19) 3436-0466. Inscrições até 02/10, mediante preenchimento de ficha, no mesmo endereço, de segunda à sexta, das 9h às 17h. 30 vagas. Critério de seleção, caso o número de vagas seja excedido, é pela ordem de inscrição. Gratuito.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Avanço no atendimento em creches em Piracicaba

Publicado no JP - 12/09/2015
O Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), apurado pela Assembleia Legislativa Paulista, pelo Instituto Legislativo Paulista, pelo governo do Estado de São Paulo e pela Fundação SEADE, com informações sociais relativas ao ano de 2012, mostra os avanços das políticas públicas nos municípios paulistas conforme destacamos em outro artigo.
Os maiores destaques referem-se aos indicadores de atendimento da educação, onde Piracicaba se sobressaiu mais uma vez. Vale a pena mostrar o que ocorreu no atendimento infantil de 0 a 3 anos por meio das creches municipais e particulares.
Ao longo de 2005 a 2012, quando tive a oportunidade de exercer o cargo de prefeito municipal de Piracicaba, contei com a colaboração dos secretários municipais de Educação, Giselda Ercolin e Gabriel Ferrato que, apoiados na boa equipe técnica da Secretaria, implantaram 38 novas Escolas de Educação Infantil (EMEIs), além de terem ampliado diversas unidades.
Por conta disso, o atendimento da Educação Infantil pública municipal, de 0 a 3 anos, do ciclo de creche, teve um crescimento expressivo, ampliando o número de alunos da rede municipal de 2.638 em 2005, para 8.540 em 2012: um aumento de 5.902 alunos (+ 223%). Ao serem adicionados os alunos atendidos na rede particular, chegamos a ter em 2012 um total de 10.538 alunos. Como a Fundação SEADE estima que em 2012, Piracicaba tinha um total de 18.261 crianças na faixa de 0 a 3 anos,  o atendimento dessas crianças nas creches correspondia a 57,7% do total.
Qual o significado desse atendimento? Vale dizer que o Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pelo Congresso Nacional no ano passado, estabelece uma meta de atendimento de pelo menos 50% das crianças nessa idade escolar para o ano de 2024. Isso significa dizer que Piracicaba alcançou a meta de atendimento nacional com 12 anos de antecedência.
Esses indicadores tornam-se mais significativos quando sabemos que o Anuário Brasileiro da Educação Básica, elaborado pelo “Todos pela Educação”, mostra que em 2012, apenas 25,4% das crianças brasileiras de   0 a 3 anos frequentavam alguma escola,  índice que era mais elevado em São Paulo com  34,2% de atendimento, ao mesmo tempo que Piracicaba alcançava nesse ano a cobertura  de 57,7%.
Desde 2012, esse indicador tem melhorado em decorrência das ações da Prefeitura Municipal que tem construído e implantado novas escolas de Educação Infantil (EMEIs) e ampliado diversas outras, melhorando o atendimento e sua cobertura.  É preciso que essas ações continuem ao longo dos próximos 10 anos, mantendo Piracicaba em posição de destaque, procurando sempre a universalização do atendimento da educação infantil, com boa qualidade.

            Barjas Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012

Museu Prudente de Moraes promove oficina de fotografia

Intitulada Retratos Especiais, oficina será ministrada pelo fotógrafo Claudinho Coradini entre os dias 14 de setembro a 24 de outubro; inscrições são gratuitas

A Prefeitura Municipal de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal da Ação Cultural e Museu Prudente de Moraes, promove a oficina de fotografia Retratos Especiais, com o fotógrafo Claudinho Coradini, entre os dias 14 de setembro e 24 de outubro, nas segundas-feiras de setembro e sábados de outubro, das 8h30 às 12h. A oficina é gratuita e comemora o mês da Luta da Pessoa com Deficiência.
A oficinaconsiste na aplicação de ensinamentos fotográficos, amparados pela tecnologia digital, para deficientes visuais, proporcionando, por meio dessa ação, a possibilidade dos participantes realizarem a produção, captura e apresentação de belos retratos, com valorosa composição e alta qualidade técnica.
Serão sete oficinas com duração de 3 horas e 30 minutos cada, que ocorrerão às segundas-feiras, no auditório do Armazém 14, Engenho Central de Piracicaba e mais 4 oficinas aos sábados, em áreas públicas próximas, totalizando 11 encontros.
Segundo Coradini, o trabalho colabora para o estímulo da criatividade, sensibilidade e personalidade para a contextualização de imagens humanas, contribuindo também para a melhora do convívio social, a elevação da autoestima e do desenvolvimento do potencial criativo.
Esta atividade cultural proporcionará o direito das pessoas com deficiências visuais em participar das atividades culturais. A inclusão e acessibilidade aos espaços culturais são garantias de práticas democráticas”, avisa a secretária da Ação Cultural, Rosangela Camolese.
É papel fundamental do Museu proporcionar as mais variadas atividades culturais, pressupondo seus diversos públicos, seus diversos segmentos, visando maior acessibilidade cultural e física a seu espaço”, disse Renata Gava, diretora do Museu.

SERVIÇO – Oficina de fotografia Retratos Especiais. Com Claudinho Coradini. De 14 de setembro a 24 de outubro de 2015. No Armazém 14 – Parque do Engenho Central de Piracicaba (Avenida Maurice Allain, 454). Horário das oficinas: segunda-feira, das 8h30 às 12h. Sábados, das 8h30 às 12h. Inscrições gratuitas. Informações: (19) 3422-3069 / 3432-2148

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Uma cidade que mantém sua tradição festeira


Barjas Negri - Publicado JP 30.06.2012
  
         Piracicaba é uma cidade eminentemente festeira. Esta característica está em sua gênese. A historiadora Marly Therezinha Germano Perecin escreveu vários artigos sobre o assunto em que destaca, entre outros, os encontros das famílias ribeirinhas – quando da formação da cidade – para as Festas do Divino Espírito Santo. Elas aconteciam nas imediações da primeira igreja, na margem direita do rio Piracicaba. Os moradores “de cima” e os moradores “de baixo” faziam o encontro das bandeiras com as embarcações em pleno leito, após o período das cheias, com o objetivo de celebrar a vida em um ritual movido a cantoria, orações e mesa farta. E vemos até hoje, a tradicional festa realizada sem perder suas referências originais, diretamente relacionadas à condição ribeirinha e à fé primitiva.
         A cidade conseguiu, ao longo de sua história, consolidar muitas outras festas, seja de cunho religioso ou filantrópico. A lista, se colocada na íntegra, tomaria todo esse espaço. Elas movimentam tanto a zona rural como a urbana, distribuídas ao longo do ano de forma equilibrada, para satisfazer toda sociedade. Algumas se sobressaem, como a de São João de Tupi, a do Milho Verde em  Tanquinho, a do Vinho de Santana, a da Polenta em Santa Olímpia, a Festa das Nações e outras, todas atraindo grande público.
         Há festas que caíram no gosto popular por seu cunho religioso, envolvendo diversas igrejas e orientações dogmáticas, relacionadas aos períodos de plantio e colheita, com deuses exercendo funções como fertilizar a terra, proteger a plantação e assim por diante. Essas, atravessam o tempo e se perpetuam, com novos arranjos e interpretações, como as festas juninas que acontecem fortemente na área rural, nos clubes da cidade e até geraram a Piracaipira, que ajuda a também manifestação popular: a das escolas de samba durante o Carnaval.
         Há outras que ganharam importância por sua natureza social e de solidariedade, em que a arrecadação é usada pelas entidades para projetos assistenciais e filantrópicos. Há, ainda, aquelas que foram criadas para marcar a identidade do município, mas  desapareceram, para ressurgir tempos depois. É como a Festa do Peixe, criada nos anos 50/60 com o objetivo de atrair a população para o Rio Piracicaba, na Rua do Porto. Por incrível que pareça, apesar do rio famoso e de seus pescadores, não havia uma festa dessa natureza. Artistas e intelectuais tinham o gosto pelos encontros na margem do rio, mas ainda não era um hábito coletivo organizado, além das festividades do Divino. Por algum motivo adverso, apesar do apoio oficial, ela foi interrompida. Mas, pelo fato de ser uma boa ideia, mesmo depois de longo tempo, ganhou uma nova roupagem e, juntando-se a outro item da nossa cultura, virou a Festa do Peixe e da Cachaça.
         De maneira geral, todas essas comemorações estão ligadas à gastronomia, aos
pratos caipiracicabanos ou aqueles trazidos pelos imigrantes. Elas se mantém porque a população está sempre disposta a reunir os familiares e amigos para passar algumas horas se deliciando ao redor de uma boa mesa, numa animada roda de conversa. Esse espírito é tão nosso, que a Secretaria de Turismo se tornou parceira das principais realizações, conseguindo também, incrementar o turismo local. As cidades vizinhas costumam ficar atentas para não perder a oportunidade de passear por aqui nessas datas.
         Assim, integram nosso calendário anual eventos mais diretamente ligados à boa comida como as Festas da Mandioca, da Batata, da Tapioca e do Sorvete, por exemplo, coroado por um outro momento que envolve toda cidade no Festival Gastronômico. Há, ainda, aquelas que retratam outras culturas: a Festa Mineira e a Festa da Primavera da colônia nipônica. Não podemos esquecer do aniversário de Santa Teresinha e a mescla religiosa gastronômica trazida pela Festa de São José, em março.
         Com tudo que têm de cultural, estas festas tornaram-se fonte de recursos para o município, que se firma como pólo econômico e cultural da região. Para dar o suporte necessário a essa dinâmica, o governo municipal tem investido em infraestrutura, ampliando e equipando espaços públicos. Aliás, boa parte deles tem convergido para o complexo do Engenho Central, Rua do Porto e Largo dos Pescadores. O fato é que, felizmente, vivemos numa cidade pujante e feliz, que trabalha muito, mas mantém viva sua cultura e não abre mão de seus dias de diversão. Vamos para a festa?

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

11º FESTA DA MANDIOCA DE ÁRTEMIS


Programação 11º FESTA DA MANDIOCA DE ÁRTEMIS
12 de setembro - sábado - das 17h às 00h 
abertura oficial às 17h 
Programação Musical 
17h - Grupo de Violeiros Escolinha de Ártemis 
19h - Vagner e Alexandre com Banda 
21h - Ivan Domingues e Banda 
22h30 - Rogério Romero e Banda 
Praça de Alimentação:porções de mandioca frita, de bolinho de mandioca e caldos variados, além de outras opções como espetinho, pastel, cuscuz, crepe, churros e bebidas.
13 de setembro - domingo - das 10h às 22h 
Programação Musical 
12h - Orquestra de Viola Caipira As Piracicabanas 
14h30 - Sr. Tilinho Sanfoneiro 
18h - James e Felipe 
Encerramento às 22h 
Almoço: escondidinho de mandioca, nhoque, mandioca sertaneja, vaca atolada, cuscuz de mandioca, maionese de mandioca, arroz branco, feijão e saladas variadas. Além da praça de alimentação.
LOCAL: Praça João Alfredo, em frente à antiga estação ferroviária do distrito de Ártemis
Foto 1: Porções de mandioca frita, bolinho de mandioca (sem glúten) nos sabores natural, alho, queijo e calabresa 
Foto 2: Representantes do Centro Comunitário de Ártemis e a secretária de Turismo, Rose Massarutto, divulgando a 11ª edição da Festa da Mandioca de Ártemis 
Crédito: Divulgação Secretaria de Turismo de Piracicaba
Fonte: Setur

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Interdição da ponte do Lar dos Velhinhos causa grande congestionamento!

Publicado no JP em 05/09/2015

           No último sábado, 22 de agosto, perto da hora do almoço, passei em frente ao Piracicaba Shopping Center, na av. Rio Claro, indo em direção à ponte do Lar dos Velhinhos. Para minha surpresa e de todos os motoristas, havia um grande congestionamento. O trânsito estava parado. Não ia nem para a frente e nem para trás. O que estava acontecendo? Essa era a pergunta que todos, ali parados, deveriam estar fazendo. Mais à frente, nos deparamos com o trabalho dos agentes de trânsito, sem o qual o problema seria ainda mais grave.
Na verdade, a BRMalls, empresa administradora do Shopping, está executando uma expressiva obra no local, implantando novas galerias pluviais para resolver o problema de inundação que ocorreu no último período chuvoso, e trouxe grande preocupação aos consumidores que estavam. Esta situação se deu em decorrência de uma galeria entupida ou mal dimensionada nas suas obras de ampliação.
Mas, voltando ao congestionamento, era possível ver a longa fila de carros, ônibus, utilitários, pequenos caminhões e motos que se arrastava ao longo da avenida. Para a execução das obras, parte da via em frente ao Shopping/Hotel IBIS estava interditada. Pior que isso, a antiga ponte do Lar dos Velhinhos também está interditada. Apenas a nova ponte, construída e inaugurada em 2006/2007, estava aberta. Com isso, voltávamos às condições do trânsito de oito anos atrás, mas com um número bem maior de veículos em circulação.
Diante dessa situação, ocorreu-me mostrar o planejamento e decisão rápida tomada em 2005 para construir uma nova ponte naquela região, uma vez que já ocorriam grandes congestionamentos que, provavelmente, iriam se ampliar ao longo dos anos em decorrência do elevado número de veículos automotores licenciados em Piracicaba: cerca de 10 mil novos a cada ano.
O projeto-executivo daquela ponte foi contratado nos primeiros meses do nosso governo à frente da Prefeitura, licitado no início do 2º semestre de 2005 e as obras iniciadas nos primeiros meses de 2006. A conclusão ocorreu no 1º semestre de 2007. Sua inauguração, juntamente com as remodelações viárias – rotatórias e duplicações de avenidas – , permitiu aliviar os congestionamentos e dar maior fluidez ao trânsito, seja de carros, motos ou para quem utiliza o transporte coletivo. Esse foi o primeiro e mais importante projeto de mobilidade urbana executado e concluído na ocasião.
Como as obras de implantação das galerias de águas pluviais ali executadas durarão várias semanas, os transtornos dos congestionamentos vão continuar, principalmente nos horários de pico. Isso nos remete às indagações que muitos piracicabanos fazem constantemente: “ah, se não tivesse a nova ponte do Lar dos Velhinhos”!? A resposta é bem simples: o trânsito naquela região estaria constantemente congestionado, em prejuízo de todos que perderiam muito mais tempo de locomoção de suas casas para o trabalho, para escola ou lazer.
Esperamos que as obras das galerias pluviais sejam concluídas no tempo previsto e que a Prefeitura/Semuttran libere logo o tráfego na região, eliminando o enorme congestionamento e permitindo que o trânsito volte a sua normalidade.

Barjas Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Uma ponte entre um hotel e o desenvolvimento turístico

Barjas Negri - Publicado JP 14/01/2012

         Pontes, hotéis, gastronomia e turismo: O que há em comum? No planejamento estratégico são questões relacionadas, principalmente quando uma ponte beneficia a mobilidade na região, tornando-a atrativa ao investimento privado. Estão ainda mais próximas quando um hotel gera uma ponte que, por sua vez, desperta o desenvolvimento do setor hoteleiro, gastronômico e, consequentemente, turístico. Na verdade, foi uma “parceria público/privada” que deu certo em benefício de todos. Vamos lá!

         O prédio do Hotel Beira Rio pertencia à Prefeitura e estava abandonado desde o início dos anos 70. A alternativa encontrada na ocasião para que voltasse a funcionar foi uma parceria cedendo o prédio a empreendedores privados. Para isso, pagaram 20 anos de aluguel à Prefeitura: bom negócio para os dois. Anexo ao hotel funcionou a antiga Churrascaria Beira Rio.

         Com o decorrer do tempo, a concessão foi chegando ao fim e o prédio se deteriorando, sem motivação de lado a lado para as adequações e reformas necessárias, uma vez que o investimento privado em prédio público não trazia vantagens e a vocação da prefeitura nunca foi administrar hotel ou restaurante.

         Por iniciativa do Executivo e autorização da Câmara de Vereadores, a prefeitura obteve permissão para vender o prédio e utilizar os recursos em investimentos. Após tentativas fracassadas de licitação, o edital de concorrência foi modificado e o pagamento dividido para compra do hotel em 18 parcelas. Resultado: a venda se concluiu em 2005/06 e seus compradores puderam planejar a modernização do Hotel Beira Rio e adequar suas instalações à implantação de um importante restaurante/ churrascaria. Com os recursos da venda, a prefeitura elaborou projeto e licitou as obras da ponte do shopping, denominada pela Câmara de Prof. Walter Acorsi e entregue no final de 2006.

         Decorridos seis anos dessa operação bem sucedida, Piracicaba ganhou um “novo hotel”, onde foram investidos milhões de reais provendo a cidade de infraestrutura para beneficiar o turismo, equipado de centro de convenções e uma churrascaria. Hotel e churrascaria são referência em toda região.

         A nova ponte do shopping, por sua vez, resolveu boa parte dos problemas do tráfego numa área para onde converge um trânsito intenso, de estradas estaduais e da Avenida Centenário, por onde circulam mais de 35 mil veículos por dia. Sua construção deu início à implantação de um importante plano de mobilização viária que já perdura há cinco anos, aprovado para adequar o município paro crescimento da próxima década.

         Ao mesmo tempo, o novo Hotel Beira Rio e a churrascaria deram início a outros expressivos investimentos na rede hoteleira. Hoje, a cidade conta com 13 hotéis, sendo 7 independentes e 6 de rede, compondo quase 1.000 unidades habitacionais (quartos) e 1.800 leitos (camas), além de expressiva expansão do setor gastronômico. Foi esta gestão do turismo que levou à implantação do Projeto Beira Rio, à nova Ponte do Mirante, à reestruturação dos espaços turísticos, como o Parque do Mirante, o Museu da Água, o Casarão do Turismo, Museu Prudente de Moraes e a Estação da Paulista, aquisição e melhorias no Engenho Central, para o Salão de Humor, espaços de exposições, teatro, museu e praça de alimentação (alguns destes espaços em construção!).

         Com a expansão da rede hoteleira e dos espaços de turismo e lazer, a cidade se posiciona melhor no cenário regional como polo de atração para grandes eventos culturais, comerciais e industriais. Enfim, foi uma parceria que deu certo, porque abriu as portas aos investimentos que estão colaborando para o desenvolvimento econômico sustentável de Piracicaba.