Publicado no JP do dia 17/09/2015
A estrutura da economia piracicabana diversificou-se e
muito de 1970 até agora. Tem bom comércio, setor de serviços
dinâmico, indústria de transformação moderna e bastante
diversificada.
No entanto, dada a sua antiga agricultura concentrada na
produção de cana de açúcar e o fato do setor metal-mecânico
liderar a produção de máquinas e equipamentos para o setor
sucroalcooleiro, sob o comando de empresas como a Dedini, Codistil e
Mausa, Piracicaba é muito mais conhecida pela liderança desse setor
que, recentemente, articulou a criação do Arranjo Produtivo Local
do Setor Sucroalcooleiro – APLA.
A presença de importante indústria de material de
transporte como a Caterpillar, de produtos siderúrgicos como a
Arcelar Mittal, de papel e papelão como a Klabin e a OJI, das
indústrias especializadas da Unileste e Uninorte entre outras, não
foram suficientes para mostrar ao público interno e externo que a
nossa economia é arrojada, diversificada, moderna e bem produtiva.
Fazer o quê?
Como, ampliar a diversificação da estrutura produtiva
local é importante, desde o início de nosso primeiro mandato
(2005/2008), procuramos articular com a sociedade civil local -
empresários, sindicalistas, Câmara de Vereadores e universidades –
num debate para ampliar sua diversificação, visando a geração de
renda e de novas empregos. Foi assim a consolidação da Uninorte, a
criação da Uninoroeste e a implantação do Parque Automotivo, que
contou com importante ajuda do governo estadual.
O que me motivou a escrever este artigo foi a boa
matéria publicada no Estadão, no último mês de abril, sobre o
novo Polo Automotivo no Nordeste, sob o título “O canavial virou
fábrica de automóveis”, semelhante ao que aconteceu em
Piracicaba, com a implantação do Parque Automotivo na região do
Santa Rosa/Capim Fino. Lá, também, um vasto canavial foi
substituído, dando lugar a um conjunto de empresas produtoras de
automóveis e de autopeças. Aqui, o exemplo é a montadora coreana
Hyundai e seus fornecedores.
São mais de dois milhões de metros quadrados de área
agrícola que durante décadas produziram cana de açúcar para as
usinas da região. Esse canavial deu lugar às empresas Hyundai,
Mobis, Faurecia, Doowon, Myong Shin, Dymos, THN, Haahl, Hwashin e
Gabardo, que mudaram e modernizaram a paisagem urbana e rural,
concentrando um aglomerado com mais de 7 mil trabalhadores.
O resultado não poderia ser mais animador com a
produção de 26 mil veículos, em 2012, passando para 166 mil, em
2013, e para 173 mil, em 2014, transformando-se num dos mais
importantes parques automotivos do País. Além da geração de
empregos e renda tem contribuído para ampliar a geração de
impostos, sobretudo o ICMS, para que a Prefeitura de Piracicaba tenha
mais recursos para o atendimento de crescente demanda social. O setor
sucroalcooleiro ainda é bastante importante em Piracicaba, mas
perdeu peso relativo em decorrência da expansão de outros setores
também importantes para a economia local.
Barjas Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário