quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

88 bilhões

Publicado no Blog do Goldman

Esse é o número, astronômico, que representa a diferença entre o valor dos ativos registados no balanço da Petrobras e o preço real, o valor justo, que seria pago por um terceiro se fosse adquiri-la. Isto é, a Petrobras vale 88 bilhões menos do que está contabilizado em seu ativo. Essa perda real do valor da empresa não foi expressa no seu balanço. O Conselho julgou que seria melhor publicá-lo sem mostrar, claramente, essa perda.
Esse valor a menos da empresa não se deve somente aos já conhecidos assaltos  à empresa em virtude da corrupção de seus diretores, partícipes dos esquemas que envolvem políticos e empresas privadas. A maior parte se refere à incompetência e má gestão dos seus diretores e a ações deliberadas promovidas em função dos compromissos políticos assumidos por Lula e Dilma, no Brasil e no exterior (vide a refinaria de Pernambuco que seria construída com a Venezuela).
A empresa publicou o balanço do terceiro trimestre de 2014 sem incluir qualquer prejuízo e sem a aprovação da auditoria. Como balanço, não vale nada. As agências de avaliação de riscos já reagiram rebaixando a empresa.
A defesa que está sendo feita pelos empreiteiros afirma que quem organizou o esquema de assalto à Petrobras foram os diretores da empresa e os políticos e partidos que eles representavam. Se colocam como tendo sido submetidos a achaques, reféns dos demais sócios na empreitada criminosa.
É claro que a origem do processo de formação da quadrilha estava no desejo dos partidos e políticos governistas de manter o poder, aliás, tarefa realizada com sucesso, como se viu em eleições sucessivas. Eles lideraram e coordenaram a indicação de pessoas de sua confiança para a direção dos diversos setores do aparelho estatal – a Petrobras em especial -  com a finalidade de conseguir os recursos necessários para as suas eleições e - afinal ninguém é de ferro - dedicar um pedaço maior ou menor da propina para os seus objetivos pessoais. Porém, sem a anuência dos empresários, que participaram gostosamente ou não, não se fecharia o circulo caracterizador da quadrilha.  Os doleiros, no caso, eram  operadores, sem maior participação nas decisões do grupo.
O efeito desse episódio sobre a economia brasileira é descomunal. A paralisia é total e o país continua descendo a ladeira.  A construção de duas novas refinarias pela Petrobras, no Ceará e no Maranhão, já foi para o espaço. A do Rio de Janeiro será redimensionada.  E a de Pernambuco que o Lula acertou com o presidente Chávez, da Venezuela, também.  E a repercussão do episódio em todas as atividades é brutal.
Em função do descalabro da política econômica do governo federal e do comprometimento das autoridades federais e dos lideres políticos dos partidos governistas, o crescimento econômico foi zero em 2014 e o mesmo se repetirá em 2015.  Ou perto disso, se não piorar.
Nada de novo e mais profundo acontece e não será o ministro Joaquim Levy que vai conseguir reverter a situação.  Mesmo porque o fato concreto é que a presidente Dilma não reconhece a gravidade da situação e continua como se na campanha eleitoral ainda estivesse, ainda que seus ministros da área economia tentem caminhar em outra direção.  Não vai dar certo.

As reais possibilidades de Dilma conseguir administrar o país e voltar a ter o respeito da nação são mínimas.  O que nos leva a enfrentar uma grave questão política: como o país poderá suportar, por mais 4 anos, um governo tão abatido e desmoralizado?

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