Publicado no Blog do Goldman
Esse
é o número, astronômico, que representa a diferença entre o valor dos
ativos registados no balanço da Petrobras e o preço real, o valor justo,
que seria pago por um terceiro se fosse adquiri-la. Isto é, a Petrobras
vale 88 bilhões menos do que está contabilizado em seu ativo. Essa
perda real do valor da empresa não foi expressa no seu balanço. O
Conselho julgou que seria melhor publicá-lo sem mostrar, claramente,
essa perda.
Esse
valor a menos da empresa não se deve somente aos já conhecidos assaltos
à empresa em virtude da corrupção de seus diretores, partícipes dos
esquemas que envolvem políticos e empresas privadas. A maior parte se
refere à incompetência e má gestão dos seus diretores e a ações
deliberadas promovidas em função dos compromissos políticos assumidos
por Lula e Dilma, no Brasil e no exterior (vide a refinaria de
Pernambuco que seria construída com a Venezuela).
A
empresa publicou o balanço do terceiro trimestre de 2014 sem incluir
qualquer prejuízo e sem a aprovação da auditoria. Como balanço, não vale
nada. As agências de avaliação de riscos já reagiram rebaixando a
empresa.
A
defesa que está sendo feita pelos empreiteiros afirma que quem
organizou o esquema de assalto à Petrobras foram os diretores da empresa
e os políticos e partidos que eles representavam. Se colocam como tendo
sido submetidos a achaques, reféns dos demais sócios na empreitada
criminosa.
É
claro que a origem do processo de formação da quadrilha estava no
desejo dos partidos e políticos governistas de manter o poder, aliás,
tarefa realizada com sucesso, como se viu em eleições sucessivas. Eles
lideraram e coordenaram a indicação de pessoas de sua confiança para a
direção dos diversos setores do aparelho estatal a Petrobras em
especial - com a finalidade de conseguir os recursos necessários para
as suas eleições e - afinal ninguém é de ferro - dedicar um pedaço maior
ou menor da propina para os seus objetivos pessoais. Porém, sem a
anuência dos empresários, que participaram gostosamente ou não, não se
fecharia o circulo caracterizador da quadrilha. Os doleiros, no caso,
eram operadores, sem maior participação nas decisões do grupo.
O
efeito desse episódio sobre a economia brasileira é descomunal. A
paralisia é total e o país continua descendo a ladeira. A construção de
duas novas refinarias pela Petrobras, no Ceará e no Maranhão, já foi
para o espaço. A do Rio de Janeiro será redimensionada. E a de
Pernambuco que o Lula acertou com o presidente Chávez, da Venezuela,
também. E a repercussão do episódio em todas as atividades é brutal.
Em
função do descalabro da política econômica do governo federal e do
comprometimento das autoridades federais e dos lideres políticos dos
partidos governistas, o crescimento econômico foi zero em 2014 e o mesmo
se repetirá em 2015. Ou perto disso, se não piorar.
Nada
de novo e mais profundo acontece e não será o ministro Joaquim Levy que
vai conseguir reverter a situação. Mesmo porque o fato concreto é que a
presidente Dilma não reconhece a gravidade da situação e continua como
se na campanha eleitoral ainda estivesse, ainda que seus ministros da
área economia tentem caminhar em outra direção. Não vai dar certo.
As
reais possibilidades de Dilma conseguir administrar o país e voltar a
ter o respeito da nação são mínimas. O que nos leva a enfrentar uma
grave questão política: como o país poderá suportar, por mais 4 anos, um
governo tão abatido e desmoralizado?
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