Barjas Negri - Publicado no JP - 21/02/2015
As chuvas que ocorrem nos meses de janeiro e
fevereiro de cada ano deixam as populações ribeirinhas preocupadas com as
possíveis enchentes que trazem transtornos a todos. Nas bacias hidrográficas
dos rios Piracicaba e Corumbataí essa preocupação não é diferente e sempre que
há chuvas prolongadas e intensas ao longo do curso dos rios o volume das águas
se eleva e transborda em vários trechos dentro de nossa cidade.
Em 2011, tivemos a maior enchente dos últimos
anos, transbordando, e muito, em toda a extensão da Rua do Porto e em trechos
da estrada do Bongue, do Algodoal, de Santa Terezinha e Vila Rios. Foram quase
400 casas inundadas e suas famílias perderam praticamente tudo. A atuação da
Guarda Civil e da Defesa Civil de Piracicaba, comandadas pelo Capitão Silas
Romualdo, contribuiu para a redução dos danos, mas o volume, a força e a
rapidez das águas fizeram com que os transtornos fossem grandes.
Era preciso uma mobilização de toda a sociedade
para auxiliar as famílias com grandes perdas materiais, mas, ao contrário do
desespero pela perda de vidas e casas, o que se viu foi a solidariedade dos
piracicabanos.
Uma articulação sem precedentes da Prefeitura,
coordenada pelo Fundo Social de Solidariedade (FUSSP), na época presidido por
Sandra Bonsi Negri, e pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Semdes), tendo
à frente a secretária Maria Angélica Guércio, e com o apoio de todas as demais
secretarias, da Acipi, Rede Drogal, Rádio Onda Livre FM, Gazeta de Piracicaba,
Câmara de Vereadores, Tiro de Guerra, Jornal de Piracicaba, igrejas, bem como
do Simespi, da Adinorte, de diversas entidades sociais, de empresários e de uma
legião de centenas de voluntários anônimos, gerou uma mobilização e uma
corrente de solidariedade para angariar recursos e bens materiais a serem
doados às famílias afetadas.
O corpo técnico da Secretaria de Desenvolvimento
Social – SEMDES, com o apoio da Guarda Municipal, organizou a visita, o
cadastro e o apoio às famílias, com a rapidez que o momento exigia e, em um
curto espaço de tempo, levantou as perdas verificadas e a necessidade que cada
família tinha.
O apoio e a divulgação da imprensa local
facilitou o trabalho e o resultado foi muito expressivo. Em menos de uma semana
foram levantadas doações em dinheiro e em bens materiais. Com isso, cada uma
das cerca de 400 famílias recebeu, como doação, novos e funcionais conjuntos de
móveis. Cada família recebeu um conjunto de bens envolvendo, na maioria dos
casos, geladeira, fogão, mesa, cadeiras e armários de cozinha, camas e
colchões, guarda-roupas, sofás e poltronas, cestas básicas, roupas, entre
outros bens adicionais.
A organização e rapidez nas ações fizeram com que
tudo ocorresse normalmente, sem qualquer denúncia de desvio de recurso ou de favorecimento
ilícito. Em paralelo, os órgãos da Prefeitura procuraram dar agilidade na
limpeza, remoção e tratamento sanitário exigidos pela situação. Tudo para
reduzir os prejuízos e a aflição dos envolvidos.
Passado o impacto do momento, todos se conscientizaram
de que ações preventivas e de organização seriam importantes para que, no
futuro, todos pudessem agir com mais rapidez e evitar maiores transtornos. De
imediato, as ações da Defesa Civil do município foram aperfeiçoadas, as áreas
passíveis de alagamento foram cadastradas e as famílias residentes nessas áreas
foram orientadas como agir adequadamente em outras ocasiões.
Mas, o que mais marcou em todo o episódio da enchente de
2011, foi a solidariedade da sociedade piracicabana, que não mediu esforços
para ajudar aqueles que mais necessitavam naquele momento.
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