segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Enchentes e a solidariedade do povo piracicabano

Barjas Negri - Publicado no JP - 21/02/2015

As chuvas que ocorrem nos meses de janeiro e fevereiro de cada ano deixam as populações ribeirinhas preocupadas com as possíveis enchentes que trazem transtornos a todos. Nas bacias hidrográficas dos rios Piracicaba e Corumbataí essa preocupação não é diferente e sempre que há chuvas prolongadas e intensas ao longo do curso dos rios o volume das águas se eleva e transborda em vários trechos dentro de nossa cidade.
Em 2011, tivemos a maior enchente dos últimos anos, transbordando, e muito, em toda a extensão da Rua do Porto e em trechos da estrada do Bongue, do Algodoal, de Santa Terezinha e Vila Rios. Foram quase 400 casas inundadas e suas famílias perderam praticamente tudo. A atuação da Guarda Civil e da Defesa Civil de Piracicaba, comandadas pelo Capitão Silas Romualdo, contribuiu para a redução dos danos, mas o volume, a força e a rapidez das águas fizeram com que os transtornos fossem grandes.
Era preciso uma mobilização de toda a sociedade para auxiliar as famílias com grandes perdas materiais, mas, ao contrário do desespero pela perda de vidas e casas, o que se viu foi a solidariedade dos piracicabanos.
Uma articulação sem precedentes da Prefeitura, coordenada pelo Fundo Social de Solidariedade (FUSSP), na época presidido por Sandra Bonsi Negri, e pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Semdes), tendo à frente a secretária Maria Angélica Guércio, e com o apoio de todas as demais secretarias, da Acipi, Rede Drogal, Rádio Onda Livre FM, Gazeta de Piracicaba, Câmara de Vereadores, Tiro de Guerra, Jornal de Piracicaba, igrejas, bem como do Simespi, da Adinorte, de diversas entidades sociais, de empresários e de uma legião de centenas de voluntários anônimos, gerou uma mobilização e uma corrente de solidariedade para angariar recursos e bens materiais a serem doados às famílias afetadas.
O corpo técnico da Secretaria de Desenvolvimento Social – SEMDES, com o apoio da Guarda Municipal, organizou a visita, o cadastro e o apoio às famílias, com a rapidez que o momento exigia e, em um curto espaço de tempo, levantou as perdas verificadas e a necessidade que cada família tinha.
O apoio e a divulgação da imprensa local facilitou o trabalho e o resultado foi muito expressivo. Em menos de uma semana foram levantadas doações em dinheiro e em bens materiais. Com isso, cada uma das cerca de 400 famílias recebeu, como doação, novos e funcionais conjuntos de móveis. Cada família recebeu um conjunto de bens envolvendo, na maioria dos casos, geladeira, fogão, mesa, cadeiras e armários de cozinha, camas e colchões, guarda-roupas, sofás e poltronas, cestas básicas, roupas, entre outros bens adicionais.
A organização e rapidez nas ações fizeram com que tudo ocorresse normalmente, sem qualquer denúncia de desvio de recurso ou de favorecimento ilícito. Em paralelo, os órgãos da Prefeitura procuraram dar agilidade na limpeza, remoção e tratamento sanitário exigidos pela situação. Tudo para reduzir os prejuízos e a aflição dos envolvidos.
Passado o impacto do momento, todos se conscientizaram de que ações preventivas e de organização seriam importantes para que, no futuro, todos pudessem agir com mais rapidez e evitar maiores transtornos. De imediato, as ações da Defesa Civil do município foram aperfeiçoadas, as áreas passíveis de alagamento foram cadastradas e as famílias residentes nessas áreas foram orientadas como agir adequadamente em outras ocasiões.
Mas, o que mais marcou em todo o episódio da enchente de 2011, foi a solidariedade da sociedade piracicabana, que não mediu esforços para ajudar aqueles que mais necessitavam naquele momento.

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