segunda-feira, 9 de março de 2015

Centro de Educação Profissional ‘Ministro Paulo Renato Souza’: qualificação técnica com qualidade

Barjas Negri - Publicado no JP em 07/03/2015

O presidente Fernando Henrique Cardoso criou um importante programa para desenvolver ações integradoras da educação e do trabalho e também da ciência e da tecnologia, o chamado Programa de Expansão da Educação Profissional - Proep.
Tendo como órgão executor o Ministério da Educação e como parceiro o do Trabalho e do Emprego, o programa visa à implantação de um novo modelo de educação profissional, que proporcionasse a ampliação de vagas, a diversidade de oferta e a definição de cursos adequados às demandas do mercado de trabalho e às exigências da moderna tecnologia.
O Proep contava com recursos da ordem de U$ 500 milhões, provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID e do Fundo de Amparo do Trabalhador, destinados à construção e implantação de 336 Escolas Técnicas Profissionais, em parceria com os governos estaduais, municipais e entidades sem fins lucrativos.
Até 2002, último ano do governo Fernando Henrique, foram concluídas 103 escolas em todo o país.
A partir de 2003, o programa foi interrompido pelo governo Lula, deixando de dar continuidade às demais 232 escolas compromissadas e com recursos garantidos.
Durante o governo do prefeito Humberto de Campos, Piracicaba foi contemplada com uma dessas escolas, construída e implantada anexa à Fundação Municipal de Ensino - Fumep, em um terreno adquirido pela Prefeitura e cedido para a construção do Centro de Educação Profissional de Piracicaba - CEPP.
A escola de Piracicaba foi concluída em 2002, mas, nos primeiros anos de sua criação, o CEPP funcionou precariamente, porque os recursos garantidos pelo FAT ficaram no papel.
Os alunos tinham de se contentar apenas com aulas teóricas.
Faltava o coração da escola.
Em 2007, eu estive em Brasília para conversar com a equipe do Ministério da Educação e, de imediato, consegui a liberação de R$ 1 milhão para investir nos laboratórios.
A partir daí, o CEPP começou a funcionar a pleno vapor.
O Centro chegou a receber 1.200 alunos, graças a uma parceria com o Governo do Estado. Hoje são centenas de jovens por ano, sendo preparados para o mercado de trabalho e pagando mensalidades reduzidas.
Em uma mais que merecida e justa homenagem ao criador do Proep, a unidade do Centro de Educação Profissional de Piracicaba passou a se chamar Paulo Renato Souza, morto em 26 de julho de 2011, aos 65 anos, vítima de ataque cardíaco.
Paulo Renato foi o segundo ministro a permanecer mais tempo à frente do Ministério da Educação em toda a história republicana, com oito anos de exercício do cargo.
Mais longevo do que ele, apenas Gustavo Canapema, ministro de Getúlio Vargas entre julho de 1934 e outubro de 1945.
Ele foi também duas vezes secretário de Educação do Estado de São Paulo, nas gestões Franco Montoro e José Serra, e reitor da Universidade de Campinas (Unicamp), entre 1987 e 1991.
Mas, acima de tudo, Paulo Renato foi um grande amigo, com quem tive a honra de trabalhar por anos no MEC, no governo estadual, e também na Unicamp.
Quando de sua repentina morte, apesar da tristeza, eu era prefeito de Piracicaba e pude encaminhar à Câmara de nossa cidade o projeto de lei denominando o CEPP ‘Paulo Renato Souza’, o que foi aprovado em 26 de outubro de 2011, como a Lei Municipal nº 7.144, eternizando o nome e o trabalho de uma das pessoas mais importantes da área da Educação.

Barjas Negri ​foi prefeito de Piracicaba (2005-2012).

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