quarta-feira, 27 de maio de 2015

NO FOCO

Aproveitando tudo de bom que aconteceu no Engenho Central na última semana, a secretária Rosângela Camolese escreveu um bom artigo publicado no JP do último domingo. Confiram!

O nosso Museu da Cana-de-açúcar


Ilustração: Erasmo Spadotto
Desde sua fundação, Piracicaba é marcada por hábitos e costumes ligados à agricultura, em particular à cana-de-açúcar e seus produtos.
Não é à toa que somos a terra do peixe, da pamonha e da cachaça.
A presença e a atividade dos engenhos de açúcar estão em todos os momentos destes 247 anos, tendo como grande símbolo o Engenho Central, registro da evolução urbana da cidade.
Fundado em 1881, e mesmo tendo sofrido alterações, ainda conserva suas características arquitetônicas. Desativado em meados de 1970, o Engenho foi desapropriado pelo município, tombado pelo Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural), em 1989, mas não pôde ser quitado.
Os anos passaram e foi só na gestão Barjas Negri que foram desenvolvidas tratativas que culminaram na compra do imóvel.
Ele passou a ser posse dos piracicabanos.
Na continuidade, o prefeito Gabriel Ferrato, sensível às questões que envolvem patrimônio, cultura e turismo, tem apoiado sua ocupação com eventos e empreendimentos dos mais diversos portes e formatos.
O Engenho passou a fazer parte da vida da cidade e da região que o respeita, admira e ajuda a conservar.
Nesta semana, mais um passo foi dado no sentido de consolidar a integração deste patrimônio histórico.
Foi entregue a primeira célula do Museu da Cana-de-Açúcar que, quando estiver finalizado, daqui a alguns anos, ocupará cinco armazéns.
Acredito que cabe aqui registrar como chegamos a este momento.
Depois que o Parque do Engenho passou a pertencer ao município, a Administração buscava parceiros que nele pudessem desenvolver grandes projetos.
O Instituto Brasil Leitor (IBL) aproximou-se com a proposta para instalação de um museu que resgatasse a história da cana-de-açúcar.
A ideia de pronto foi acatada, até por devolver à nossa terra a importância econômica da cana que tantos empregos e renda gerou e continua gerando.
Para trabalhar num sítio tombado, era preciso o envolvimento dos órgãos de preservação.
Aqui esteve o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que confirmou a importância do espaço.
Em nível estadual, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) analisou e aprovou o projeto.
Papel especial tiveram os Conselheiros do Codepac.
Foi a partir do endosso deles que se encaminhou o projeto ao Ministério da Cultura para aprovação junto à Lei Rouanet e à Secretaria de Estado da Cultura para concorrer ao Proac, recebendo a aprovação de ambos, num trabalho coordenado pelo IBL.
Questões burocráticas resolvidas, chegou o momento de ir ao mercado, encontrar apoio na iniciativa privada para fazer frente aos vultosos investimentos.
É sempre importante lembrar que o município não tem condições para arcar, sozinho, com tais despesas. Felizmente, encontramos na Raízen uma grande parceira que somou na sensibilização de outros empresários.
Assim, quando vemos aberta a primeira sala do futuro museu, temos que agradecer à Raízen e também à Cosan, Rumo, Congás, Scania, Alta Mogiana, Caterpillar, Syngenta, CNH, Itaú BBA, Bradesco, Caixa, Copersucar, Caldema, KPMG, Grupo Colorado, Usina Sta. Lúcia, Dedini, Única, CTC, ESALQ e Eptv. Este será o primeiro museu do país a retratar um ciclo econômico.
A obra prevê diferentes etapas de entrega que se inicia com o Armazém 5B, totalmente restaurado e aberto para visitação até 26 de junho, com a exposição temporária ‘Saccharum - Canas do Brasil’.
Nela está uma mostra sobre a produção da cana-de-açúcar no país, apresentando os tipos usados hoje e sua sustentabilidade.
Ao final, estão os próximos passos do museu exibidos em maquetes eletrônicas, que permitem o espaço concluído.
A intenção de todos os envolvidos é transformar este museu em uma referência internacional, reunindo as histórias de famílias e empresas que estiveram e estão na produção canavieira, contando importantes momentos da história do Brasil, do Estado e da região de Piracicaba.
Quem ganha com tudo isso é nossa cidade e nossa gente.
Bem-vindo à cena, Museu da Cana-de-açúcar!
Rosângela Camolese é secretária da Ação Cultural

Nenhum comentário:

Postar um comentário