sexta-feira, 26 de junho de 2015

Piracicaba Novos tempos, novos caminhos (I)


Audiências públicas e participação popular

Barjas Negri – 12/01/2013


        Desde o início do meu primeiro governo, uma das principais preocupações de nossa administração era promover a participação direta da população nas  decisões, apontando prioridades, indicando onde e quando serviços e obras se faziam necessários. Assim, ao invés de ficarmos imaginando o que o bairro precisava, fomos – prefeito, secretários e assessores – ouvir os piracicabanos antes de decidir sobre gastos públicos.
        Para facilitar essa aproximação e numa atitude da mais pura democracia, durante os primeiros anos, toda sexta-feira pela manhã, no anfiteatro do Centro Cívico, aconteciam as audiências públicas, com representantes de associação de moradores, de centros comunitários, sindicatos, entidades sociais, comissão de moradores, entre outros. O objetivo: saber das principais demandas de cada bairro, de cada segmento social.
        Com cerca de 40 audiências por ano, cada uma atendendo pelo menos 9 grupos diferentes, com a participação de cerca de 20 agentes públicos e mais de 80 pessoas da comunidade, quase todos os bairros participavam e traziam suas demandas para serem discutidas na hora.
        As equipes técnicas encarregavam-se de providenciar a elaboração de projetos e orçamentos que, tendo comprovada a viabilidade técnica de cada demanda, decidia-se pelo atendimento de acordo com o orçamento disponível. Quando isso não era possível, o tema era encaminhado para inclusão no próximo orçamento da Prefeitura.
        Por que isso era importante? Porque era a melhor forma de compreender a realidade e aproximar a burocracia pública das reais necessidades da população e atendê-la. Por último, esta era uma boa maneira para demonstrar respeito ao cidadão mais simples, que paga seus impostos e, muitas vezes, tem dificuldade de acesso ao gabinete do prefeito e de seus secretários.
        Essa experiência foi um bom aprendizado para todos: líderes populares e agentes políticos, que passaram a compreender que o Orçamento Municipal é limitado, incapaz de  atender a todas as demandas.
        Os agentes e a burocracia pública passaram a entender aindar a importância de pequenas obras para determinadas  comunidades. Assim, em poucos anos foram iluminadas centenas de vias públicas escuras, pavimentadas dezenas de pequenos trechos de ruas, construídas dezenas de escadinhas e passarelas para facilitar a mobilidade, construídos um grande número de centros de lazer e campos de futebol de areia. Tudo isso apresentado como prioridade nas audiências públicas. Sendo assim, esses pedidos, muitas vezes considerados modestos e insignificantes, a ponto de se perderem nos protocolos das secretarias, ganharam importância e passaram a ser atendidos quase que prontamente. Aqueles que não podiam mesmo ter continuidade, recebiam boas explicações dos motivos pelos quais não seriam atendidos.
        As entidades ou lideranças que retornavam às audiências reafirmavam ou apresentavam novas demandas para análise, como a construção de centros sociais, varejões, quadras poliesportivas, campos de futebol, creches, postos de saúde e, assim por diante. Da mesma forma, estas passavam a ser atendidas no devido tempo, após elaboração de seus projetos e da definição de custo desses equipamentos.
        Foi um aprendizado importante para todos que passaram a conhecer melhor os limites da peça orçamentária, tão desconhecida, ao mesmo tempo em que se mostrava que apesar das limitações, o Orçamento Municipal tinha espaços significativos para ajustes, com base nas prioridades definidas pela população.


Barjas Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012

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