sexta-feira, 31 de julho de 2015

Quando Piracicaba comemora seus 248 anos de fundação, esta é uma boa pergunta ...


Afinal, qual a população de Piracicaba?

Barjas Negri

            De vez em quando, aparecem espalhadas pela cidade diversas faixas com o texto “500 mil piracicabanos”, o que induz as pessoas a pensarem que a população da cidade é mesmo de 500 mil pessoas. Isso não é verdade!
            O censo demográfico realizado pelo IBGE em 2010 mostrou que a população de Piracicaba passou de 329.158 pessoas em 2000, para 364.571 em 2010: um aumento de 35.413 cidadãos, ou 10,76% em dez anos, bem abaixo do verificado nas décadas anteriores. E por que esse aumento mais baixo?
            Há várias explicações. Entre elas destacamos a redução do fluxo migratório que atraia muitas famílias para trabalharem na lavoura canavieira da cidade e região, e terminando a safra agrícola, muitas famílias não retornavam às suas origens, passando a morar na periferia ou em novos núcleos de favela. O controle de natalidade e o planejamento familiar que hoje fazem parte do cotidiano da maioria das famílias, fruto do conhecimento de métodos contraceptivos e de maior escolaridade também contam nesse processo, assim como o fato das mulheres terem optado pela maternidade tardia, com menor número de filhos e o aumento da renda familiar, também tem contribuído para diminuir o índice de crescimento populacional.
            Um dado curioso é que os treze municípios do nosso entorno, que são menores, tinham em 2000 uma população total de 168.036 habitantes, e passaram para 199.354 habitantes em 2010: um aumento de 31.318 habitantes, ou 18,65%, índice bem superior ao ocorrido em Piracicaba.
            A tendência é de continuidade de baixo crescimento populacional ao longo dos próximos anos, a exemplo do que tem ocorrido nos demais municípios brasileiros, sobretudo nas regiões sul e sudeste, onde há mais renda e escolaridade. Os demógrafos explicam que está ocorrendo no Brasil um processo de transição demográfica, a exemplo do já havia  ocorrido na Europa. A população brasileira tenderá a se estabilizar nas próximas décadas, e em Piracicaba não será diferente.
            Se na década de 1970, o número médio de filhos por mulheres no Brasil era de 4,7 nos anos de 1990 declinou para 2,6 e hoje está na faixa de 1,9. Isso mesmo! Com a média abaixo de dois filhos por mulher, começa a haver um declínio populacional de longo prazo.
            Vejamos, agora, o que tem ocorrido com a natalidade e a mortalidade. Os dados disponíveis para 2011 mostram que nasceram em nossa cidade 4.757 crianças e tivemos a morte de 2.630 pessoas: um saldo positivo de 2.127 indivíduos nesse ano. É com base nessas estatísticas vitais que o IBGE realiza as estimativas anuais da população brasileira e de seus municípios. Assim para 2012, o IBGE estima para Piracicaba uma população de 369.919 habitantes, com uma proporção cada vez maior de idosos.
            Por outro lado, nos últimos anos, a economia piracicabana se desenvolveu muito com a expansão industrial e novos distritos como o Uninoroeste, Uninorte, Parque Automotivo, Parque Tecnológico, além do crescimento expressivo dos setores comerciais e de serviços. Esse fato tem levado a especulações de que cidade atrairá muitos migrantes, promovendo um crescimento desordenado.
            Nossa percepção não é essa, uma vez que as novas empresas aqui sediadas exigem melhor qualificação profissional de seus trabalhadores, e nesse ponto levaremos vantagem em relação a outros municípios, pela boa qualidade de nossas escolas técnicas de formação profissional, tanto públicas quanto privadas. Vale lembrar que com a recente  criação do Parque Automotivo já foram contratados 4 mil novos trabalhadores. Destes, 80% são piracicabanos que fizeram cursos profissionalizantes, específicos para atender  essa demanda.
            Assim, as informações disponíveis junto ao Núcleo de Estudos de População -  NEP da UNICAMP indicam que em 2020 não ultrapassaremos a casa de 415 mil habitantes: um crescimento de 50 mil pessoas em dez anos, com participação inferior a 15% de migrantes.
            O que precisamos para bem atendê-los é articular mais investimentos públicos e privados para que todos tenham serviços públicos de boa qualidade e que possamos gerar novos empregos para absorver a mão de obra jovem que anualmente chega ao mercado de trabalho.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Uma Dose de Música abre temporada do Prata da Casa

Banda interpreta grandes nomes da música brasileira e internacional no 
palco do Teatro do Engenho, amanhã, 29/07

A banda Uma Dose de Música é a responsável por abrir os shows do projeto Prata da Casa, edição 2015. O grupo se apresenta nesta quarta-feira, 29/07, às 20h, no palco do Teatro do Engenho. O Prata da Casa é realizado pela Semac (Secretaria Municipal da Ação Cultural).
O Prata da Casa é uma oportunidade de os artistas da cidade mostrarem o seu talento no palco do Teatro do Engenho, com toda infraestrutura para um grande show”, afirma a secretária da Ação Cultural, Rosângela Camolese.
De acordo com Sérgio de Oliveira Santos, vocalista e diretor geral do espetáculo, esta será a primeira vez que o grupo se apresentará no Teatro do Engenho. “As expectativas são as melhores possíveis, pois neste show traremos um novo repertório e também o sistema de sonorização em 5.1, semelhante ao som que ouvimos e sentimos nos cinemas e em nossos home-theaters”, avisa Santos, que preparou um repertório eclético, que vai de Djavan a Jota Quest e de Stevie Wonder a Elvis Presley, entre outros.
Além de Santos, formam a Uma Dose de Música Vinícius Polezer Leite (teclados, vocais e programações), Reginaldo Luís Teixeira (contrabaixo e vocais), Fabrício Félix (bateria) e Lucas Domingues Galli (violão e guitarra). Santos classifica os integrantes de “baileiros”. “Com exceção do guitarrista, todos nós cantamos e tocamos por anos na Banda Opus. Nossa maior influência é a pista de dança cheia de pessoas vibrantes e felizes”, explica.

DIVERSIDADE - A edição 2015 do Prata da Casa será marcada pela diversidade de estilos. Se apresentam até o final do ano, os grupos Água de Vintém, Além do Som, Canaiera, Cantoá, MPBlues, Orquestra de Cordas Contemporânea e Rock Session, que levam ao palco do Teatro do Engenho choro, pop rock, reggae, música regional, blues, música erudita e heavy metal.
As inscrições para o Prata da Casa foram realizadas de 11/05 a 20/05, no Teatro do Engenho, por meio da apresentação de portfólio, contendo release da banda ou artista, CDs, DVDs, fotos, cartazes, programas, links e outros materiais ilustrativos que demonstrassem a atuação na área.
Os critérios de seleção foram prioridade para trabalhos autorais, ser de Piracicaba e apresentar material que demonstre continuidade possível em sua trajetória. Também foi dada prioridade para aqueles que não foram selecionados para o Palco 2 da Virada Cultural Paulista em 2015.

SERVIÇO – Show da banda Uma Dose de Música. Quarta-feira, dia 29/07, às 20h, no Teatro do Engenho. Ingressos à venda na Vivace Escola de Música (rua do Rosário, 618) e na Clínica Psyché (rua Voluntários de Piracicaba, 1.185), até às 17h, e nas bilheterias do teatro até o início do evento. Ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (antecipado, estudantes, idosos e professores do estado).

SEMAC - ASSESSORIA DE IMPRENSA
Eleni Destro
(19) 3403-2609
elenidestro@hotmail.com/edestro@piracicaba.sp.gov.br

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Etanol de 2ª geração e as novas perspectivas para o setor sucroenergético

Barjas Negri - Publicado no JP dia 25 de julho de 2015

Nesta semana, a Raízen inaugurou em Piracicaba a sua nova usina exclusiva para a produção de etanol de segunda geração, também conhecido como 2G. A nova usina está em funcionamento desde novembro de 2014 e recebeu investimentos da ordem de R$ 230 milhões para produzir até 40 milhões de litros de biocombustível por ano.
Na verdade, a nova usina está anexada/interligada à Usina Costa Pinto, e é a primeira do Grupo Raízen / Cosan a produzir etanol celulósico, obtido a partir do bagaço e da própria palha de cana de açúcar. Essa nova unidade é resultado de dez anos de trabalho e foi possível graças à parceria da Raízen com a Logen Corporation, empresa canadense de biotecnologia, que resultou na formação da joint venture Logen Energy, detentora de tecnologia de processo de biomassa para a produção do etanol de segunda geração.
Um dos aspectos positivos da nova tecnologia é que ela permite aos resíduos da cana passarem por um pré-tratamento com desestruturação das fibras e transformá-los em açucares solúveis por um processo conhecido por hidrólise enzimática para, finalmente, sofrerem um processo de fermentação que converte o açúcar em etanol. É bom lembrar que além das vantagens ambientais do etanol essa nova tecnologia permite ampliar a produção anual do etanol sem aumentar a área cultivada.
Em paralelo, temos assistido uma certa recuperação do setor a partir deste ano, com ampliação da participação do etanol na demanda total de combustíveis, ainda que insuficiente para estimular novos e importantes investimentos no setor.
Ocorre que a crise do setor sucroenergético tem se arrastado por um período muito longo (2008 – 2014) e, está na hora de haver mais apoio governamental ao setor, de tal forma que os empresários possam dar suas contrapartidas realizando novos investimentos no setor. A articulação das duas ações podem abrir novas perspectivas para ampliação da produção de máquinas e equipamentos para o setor sucroenergético, que é a grande especialidade do setor industrial de Piracicaba e região, que foi muito penalizado nesse período com redução na produção e com corte no emprego.
Agora, com a possibilidade de instalação de novas usinas tipo 2G em São Paulo e no Brasil e, com a conclusão de novas pesquisas do setor agrícola, envolvendo a cana transgênica, o aumento do açúcar da cana e a busca pela cana com tolerância a seca nos próximos anos, abre-se um horizonte mais claro e mais positivo ao setor, ao longo dos próximos 10 anos.


Barjas Negri, prefeito de Piracicaba (2005/2012)

No final do mês, mais um .... U Mió du Boi

Barjas Negri

Mais uma vez, U Mió du Boi – Solidariedade, Costela & Prosa, acontece no próximo dia 31 de julho, a partir das 19h30, na sede do Clube Atlético, que fica na avenida Brasília, nº 571. Para obter informações sobre a compra de ingresso, basta acessar o site umioduboi@bol.com.br. Participem! Vale a pena!

Toda renda é destinada a uma entidade assistencial de Piracicaba.


quinta-feira, 23 de julho de 2015

RECOMENDO - O excelente artigo do senador Serra sobre o pre-sal e o financiamento da educação.


 O PETRÓLEO E AS MOEDAS IMAGINÁRIAS

O traço mais preocupante do governo Dilma não é o de cometer erros em série: é o de querer preservá-los com a paixão que um entomologista dedica à sua coleção de besouros mortos. Confirma esse juízo a declaração   do ministro da Educação, feita por vídeo no Facebook, de que meu projeto sobre o pré-sal retiraria recursos da área.
A Petrobrás foi quase arruinada pelas administrações petistas, apesar da competência de seus técnicos, da sua liderança na exploração em águas profundas e da notável riqueza contida no pré-sal. No duelo titânico que infelicitou a empresa, a péssima gestão conseguiu superar as lambanças. As perdas com o controle oportunista de preços e os projetos aloprados das novas refinarias chegam a R$ 140 bilhões. Como eu disse no plenário do Senado: recuperar a Petrobras é hoje uma tarefa patriótica.

A dívida da companhia é de R$ 340 por barril de petróleo produzido, enquanto a média das grandes petroleiras mundiais é de R$ 60. Entre 1997 e 2010, sob o regime de concessão introduzido no governo FHC, a produção   da Petrobras cresceu 2,5 vezes, de 800 mil para 2 milhões de barris/dia. Desde 2010, quando foi aprovado o regime de partilha, o aumento foi de pífios 18%, apesar de a companhia ter recebido a maior capitalização da história e ter contraído uma dívida equivalente a 5 vezes a sua geração anual de caixa, índice insustentável pelos padrões internacionais. À atual diretoria não restou senão promover imensos cortes nos investimentos e reduzir em 1/3 a meta de produção para 2020!
É triste que o óleo do pré-sal continue adormecido por mais algumas eras geológicas, enquanto o desemprego e o subemprego avançam em ritmo galopante no Brasil. Em anos recentes, a indústria do petróleo respondia por 13% do PIB! Imagine-se o efeito devastador da  crise do setor nos estados e municípios diretamente ligados à extração do produto.

Por isso tudo, para ajudar a recuperação da Petrobras, atrair investimentos para o pré-sal e reanimar um foco poderoso de dinamização do conjunto da economia, apresentei um PL, projeto de lei, logo no início do meu mandato. Sua configuração é singela: remove a obrigatoriedade – só isso – de a Petrobras ser a operadora única do pré-sal e bancar no mínimo 30% de todos os investimentos nessa área. São encargos que a empresa não suporta no estado em que foi deixada pelos governos Lula-Dilma. 
Mas o fato é que dirigentes petistas mostraram uma vontade primitiva de atacar o projeto, de forma radical.  Afirmaram até que o PL alteraria os critérios de conteúdo nacional dos insumos e equipamentos da industria de petróleo bem como o modelo de partilha e as regras de distribuição de royalties, do Fundo Social e da parcela destinada à educação! Tudo falso! A maior densidade de mentiras já proferidas por centímetro escrito de um projeto de lei. 
Mais ainda: omitiram que o PL não retira da companhia a faculdade de participar, quando e como quiser, da exploração do pré-sal. Livra-a, portanto, de um ônus sem lhe retirar qualquer bônus. Bônus? Claro que sim: permanece inalterado o art. 12 da Lei nº 12.351, que dá ao chefe do Executivo a prerrogativa de conceder à companhia – sem licitação e por decreto – a exploração integral de qualquer campo, se for do interesse nacional. Se um novo Kuwait for descoberto hoje no pré-sal, a exploração poderá ser concedida amanhã, diretamente à Petrobras.

O governo escamoteia também o fato de que outra empresa estatal, a Pré-Sal Petróleo S/A, tem presença obrigatória em todos os consórcios. Essa empresa deve, entre outras atribuições: “avaliar, técnica e economicamente, os planos de exploração e monitorar e auditar a execução de projetos de exploração e dos custos e investimentos relacionados aos contratos de partilha de produção”. Alguém acha isso pouco? Lembre então do peso da ANP - Agência Nacional do Petróleo, que permanece intacto.   
 O último espantalho foi brandido – vejam só – pelo Ministro da Educação. Se nada sabia sobre o tema, cabia estudá-lo antes de lecionar a respeito. Alegou, sem qualquer fundamento técnico, que o meu projeto “faz com que 75% dos royalties que iam para educação deixem de ir para este tão nobre fim”. É mesmo? Como? O único campo do pré-sal já licitado pelo método da partilha é o de Libra, cujo operador único é a Petrobrás,   dentro das regras atuais. Mas como  ela não terá nenhuma condição de investir em novos  campos nos próximos anos,  não teremos    aumentos de produção nem , por consequência,  de royalities e outras receitas para a área social.  

Circula ainda uma versão pretensamente sofisticada desses disparates. Afirma-se que o custo de produção da Petrobras é sempre mais baixo do que o das outras petroleiras. Por isso, a parcela da educação no Fundo Social seria maior se a exploração ficasse exclusivamente com a nossa estatal, já que a receita do Fundo  depende do saldo entre valor e custo da produção. Mesmo que essa diferença de custos fosse empiricamente verificável, o que não é o caso, o argumento não faria sentido, pois se baseia em uma produção que não existirá, dada a incapacidade atual da Petrobras de participar de novos leilões. O aumento no ritmo da exploração só pode se dar com mudança na lei, ou seja, se o meu PL for aprovado.
Sabe o leitor que a diretoria da empresa cogita vender 1/4 de sua participação no próprio consórcio de Libra, que será reduzida de 40% para 30%? E que, na mesma direção, diminuiu a estimativa de produção para 2020 em 500 milhões de barris? Isso, sim, vai comprometer as transferências à educação, por reduzir os royalties e o dinheiro do Fundo Social!

Enquanto o governo e seu ministro anseiam por dotar a educação com receitas imaginárias de petróleo, as verbas reais destinadas ao Ensino vão sendo cortadas. O que me faz repetir o alerta do economista italiano Vilfredo Pareto ao filósofo Benedetto Croce: "é preciso distinguir uma moeda de ouro de uma moeda imaginária; e se alguém afirmasse que não há diferença, proporia uma simples troca: eu lhe dou moedas imaginárias em troca de moedas de ouro".

SENADOR DA REPÚBLICA, EX-PREFEITO E EX-GOVERNADOR DE SÃO PAULO

Acompanhe novos artigos no meu site: http://www.joseserra.com.br

Festa da Polenta no final de semana, estaremos lá


terça-feira, 21 de julho de 2015

Você é meu convidado especial


Piracicaba é Campeão no Futebol Feminino nos Jogos Regionais.


Texto e Fotos: Vitor Prates. 

O futebol feminino de Piracicaba, representado pelo XV de Piracicaba conquistou o título dos Jogos Regionais, em partida realizada na manhã, desta segunda-feira, 20 de Julho, ao derrotar a cidade de Botucatu, por 3 a 1.

Os gols do time Piracicabano foram de Letícia, Moara e Ceará.

A partida começou com o XV indo para cima e logo abrindo o marcador com Letícia de cabeça após o escanteio cobrado por Daniela.

Botucatu quase não chegou com perigo ao gol de Magrão. Ainda na primeira etapa, Moara fez o segundo, que terminou 2 a 0 para Piracicaba.

No segundo tempo, só restava para Botucatu ir para cima e chegou a um pênalti, na cobrança, bola de um lado, goleira do outro, partida 2 a 1.

Piracicaba ainda perdeu a chance de liquidar o jogo com Ceará e Jéssica pegou. 

Para fechar o jogo, Ceará fez o seu e o terceiro de Piracicaba na partida, e foi só esperar o apito final do arbitro e comemorar o título.

Piracicaba não conquista o título do futebol feminino desde 2012, de lá para cá foram dois vices, mas o time comandado por Leandro Silva, do auxiliar técnico João Sales, do preparador físico Rodrigo Dias, deu ponto final nessa história e as meninas puderam gritar É CAMPEÃO.
Campanha de Piracicaba no Futebol Feminino

Piracicaba 6 x 0 Santa Bárbara d'Oeste
Piracicaba 8 x 0 Lins
Piracicaba 4 x 0 Bauru
Piracicaba 3 x 1 Botucatu

04 Jogos
04 Vitórias 
21 gols marcados
01 gol sofrido

Artilharia:

Moara 6 Gols
Ceará 4 Gols
Isabela Vieira 3 Gols
Letícia 3 Gols
Nina 2
Carolzinha 1
Iara 1

segunda-feira, 20 de julho de 2015

São Francisco/Taquaral, bairros que se consolidaram pela força de seus lideranças comunitárias

Publicado no JP - 18/07/2015
Localizados após a Rodovia do Açúcar nas proximidades da Unimep e do Cecap/Eldorado, tendo como barreira para expansão os trilhos da estrada de ferro,  os bairros São Francisco, Taquaral,  Santa Rita, Perdizes e Avencas tinham no final dos anos 1980 os mesmos problemas de todos os loteamentos populares que se implantaram em Piracicaba nesse período: falta de pavimentação asfáltica, de iluminação pública, de áreas de lazer e sobretudo de equipamentos sociais como escolas, creches e postos de saúde.
No entanto, a presença de moradores aguerridos e solidários propiciou a criação de comissões para tratar da solução de diversos problemas relacionados ao setor público que, a medida que eram  atendidos pelos governantes, se fortaleciam para uma maior organização e criação de associação de moradores. Foi assim que conseguiram a iluminação pública, a pavimentação asfáltica, a escola, as creches, o posto de saúde, o varejão, o campo social e as áreas de lazer.
É emblemático citar que boa parte das suas ruas receberam denominação de cidades paulista, paranaense e mineira como Uberlândia, Mairinque, Uberaba, Jacarezinho, Monte Azul, Cambará, Paranaguá, Taquaritinga, Riolândia, Taubaté, Andradina, entre outras. Essas denominações são sugestões de seus moradores em homenagem as suas cidades de origem, que se transformaram em leis de minha autoria quando exerci o cargo de vereador (1989/92) e do vereador Carlos H. Fortinguerra.
Durante a gestão do prefeito Mendes Thame, a associação conseguiu construir e implantar a sua sede, em parceria com a Prefeitura, que forneceu parte do material de construção e a comunidade, em mutirão, fez a construção. Em setembro de 1996 ela foi inaugurada. A partir daí as conquistas não pararam mais: Escola Estadual Carolina no Mendes Thame e Escola de Educação Infantil EMEI Prof. Afonso Salati.
 Na minha gestão como prefeito, a força da Associação de Moradores e das diversas comissões que realizavam assembleias com o prefeito, secretários e vereadores conquistaram o centro comunitário, a EMEI do Santa Rita- Prof. Ermelindo Adorno, o posto do Programa de Saúde da Família da região, a sede do varejão, a Escola Municipal Fábio de Souza, o campo social, áreas de lazer, a academia de ginástica ao ar livre e a nova EMEI Profª. Janaina Elaine de Castro (inaugurada na atual gestão).
Outro fato marcante foi a organização e pressão para tirar os bairros do isolamento, causado pela duplicação da Rodovia do Açúcar em 2004, que fechou a ligação (travessia em nível) para a Unimep e bairros Cecap/Eldorado. Esse isolamento permaneceu por mais de um ano, até que a comunidade propôs à Prefeitura a implantação de importante melhoria viária aproveitando o espaço da estrada de ferro (desativada) que passava sob a Rodovia do Açúcar. Tal empreendimento foi realizado ainda em 2005, resolvendo de vez um problema causado por um projeto implantado sem consulta à comunidade.
Com o desenvolvimento e crescimento da Unimep, o bairro ganhou maior expressão ao longo dos anos e, agora com a construção de dois importantes empreendimentos no seu entorno – o Shopping Taquaral e o   Hospital Público Regional – esses bairros vão se valorizar ainda mais e melhorar a qualidade de vida de seus moradores.  Para se chegar a esse estágio foi necessário a participação e desprendimento de diversos líderes comunitários, que devem se sentir orgulhosos de todas essas conquistas.
Barjas Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Piracicaba Novos tempos, novos caminhos (I)


De Guarda Mirim a Instituto Formar: 
um ideal compartilhado por toda a cidade

Barjas Negri - Publicado JP 02/06/2012

            A Guarda Mirim de Piracicaba, hoje Instituto Formar de Aprendizagem Profissional, é exemplo de perseverança e determinação no trabalho social. Desde 1966, quando foi fundada durante a administração do prefeito Luciano Guidotti, com apoio de instituições como Rotary Clube e Maçonaria, sempre se preocupou com a formação profissional de jovens carentes. Com o passar do tempo, se tornou disputadíssima por abrir portas ao mercado de trabalho.
            A Guarda Mirim nasceu modesta, a partir do Projeto Lei 1.161/62, iniciativa do vereador, à época,  Rubens Leite do Canto Braga e posterior liderança do comandante Frederico Ciappina Neto. No início, atendia apenas meninos de 12 a 14 anos, treinando-os para funções sociais disciplinares. No final dos anos 70, as meninas conquistaram seu espaço. Naquele momento ela já era bem conceituada junto aos empresários, como uma fonte de formação de mão de obra aprendiz da melhor qualidade.
            Mesmo sem sede própria e obrigada a mudar de endereço de tempos em tempos por pressão das circunstâncias, durante mais de 45 anos de existência a corporação nunca se eximiu de seus propósitos e nem se deixou esmorecer. Já formou cerca de 7 mil alunos, que se tornaram, como a própria entidade, exemplos de superação. Acompanhei durante anos o trabalho de várias diretorias e sempre admirei aqueles que se dedicavam e se dedicam a este fim.
            Depois que assumi o governo, fiquei sabendo da existência de um grupo que representava a “Guardinha” na batalha pela conquista de uma sede definitiva. Essa reivindicação me chegou em 2005 e participei de uma reunião com a diretoria da entidade, quando discutimos uma solução que viabilizasse esse sonho.
            Inicialmente, solicitaram apenas a cessão de um terreno, como forma de incentivo ao início da construção. Sensibilizado pela causa, dei procedimento à demanda e, na Câmara, João Manoel fez a defesa do projeto. Começando a realizar um sonho coletivo, em 2006 a doação do terreno transformou-se na Lei Municipal 5.716. Mesmo assim a entidade encontrava dificuldades para viabilizar a obra. Foram novos encontros e ficou decidido que o município ampliaria a ajuda. Assim, firmamos um convênio que garantisse repasse de recursos para o início da construção. Mas ainda não foi o bastante e as dificuldades persistiam. A única alternativa encontrada foi que o poder público assumisse integralmente a construção do prédio.
            Finalmente, depois de três anos de obra e quase meio século de espera, a sede estava pronta e foi entregue oficialmente à Guarda Mirim no dia 12 de outubro de 2011, Dia da Criança e de Nossa Senhora Aparecida. Um momento de festa e alegria, com presença de autoridade e amigos, além de muitos alunos que passaram pela entidade e hoje ocupam posições de destaque na cidade, no Estado e no País.
            Para atender às necessidades dos alunos, foi construído um prédio com 576 m2, com dois andares onde estão nove salas de aula, cozinha com despensa, banheiros, galpão coberto, salas administrativas, centro de treinamento, estúdio para ensaio da banda, alfaiataria, espaço multidisciplinar e restaurante. O terreno da corporação tem mais de 2.300 m², e está muito bem localizado, atrás do Terminal de Integração do Piracicamirim.
            Muito recentemente, seguindo orientações de gestão mais contemporâneas, a Guarda Mirim transformou-se no Instituto Formar. Neste novo momento, continua a se desenvolver com segurança, em plenas condições para expandir sua estrutura e, certamente, continuará contando com o apoio da iniciativa privada para se equipar e se fortalecer cada vez mais como núcleo educacional. 
            A entidade recebe hoje 506 adolescentes, 262 do sexo masculino e 244 do feminino, com idades que variam entre 12 e 18 anos. De casa nova, o Instituto Formar poderá dobrar sua capacidade de atendimento, consolidando-se como uma verdadeira escola de cidadania e formação profissional por meio do trabalho junto aos menores aprendizes.
            Toda esta transformação ao longo de 40 e poucos anos de trabalho da institução, aconteceu sem estardalhaço. Todos os envolvidos estavam convictos de seus papéis, dando, cada um a seu tempo, as melhores condições para que essa nobre organização tivesse vida longa e continuasse a cumprir  seu ideal. Um ideal compartilhado por toda a cidade!

terça-feira, 14 de julho de 2015

SÃO PAULO JÁ TEM 43 MILHÕES DE HABITANTES

A Fundação SEADE divulgou recentemente a estimativa para a população estadual que, em maio de 2015, chegou a 43 milhões de habitantes: São 1,7 milhão de pessoas a mais que em 2010, quando foi realizado o Censo Demográfico.
Para fazer essas estimativas, a Fundação SEADE analisa a dinâmica populacional a partir dos principais responsáveis pelo seu crescimento – fecundidade e mortalidade. Com isso, a população paulista cresceu em cinco anos, 0,87% ao ano de 2010 a 2015, inferior ao verificado nos quinquênios anteriores: 1,18% ao ano entre 2000 e 2005 e 1,01% ao ano entre 2005 e 2010.
Assim observamos uma redução na taxa de crescimento anual da população do Estado de São Paulo. No período 2000 – 2005 a população paulista ampliou em 2,2 milhões de pessoas.No período 2005 – 2010 foram 2,0 milhões de novas pessoas e, no último período de 2010 – 2015, foi apenas 1,7 milhão de pessoas. Esses dados indicam que nas próximas décadas a taxa de crescimento populacional do Estado de São Paulo será muito próximo de zero, estabilizando sua população a partir de 1940.
Veja como se distribui a população do Estado de São Paulo por município, segundo as classes de tamanho populacional .

POPULAÇAO E MUNICIPIOS SEGUNDO CLASSES DE TAMANHO POPULACIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO- 2015 __________________________________________________________
Classes de Tamanho                  MUNICÍPIOS                         POPULAÇÃO  
                                                         Nº          %                            HABITANTES     %
Até 10.000 habitantes                     275      42,64                               1.371.581        3,19
De 10.001 a 50.000 habitantes       238     36,90                              5.524.241        12,85
De 50.001 a 100.000 habitantes      57       8,83                               3.969.806         9,23
De 100.001 a 500.000 habitantes    66       10,23                            14.055.421         32,69
Mais de 500.000 habitantes              8         1,24                              6.509.911         15,14
Município de São Paulo                    1         0,16                             11.569.040        26,90

TOTAL DO ESTADO                 645      100%                           43.000.000      100%

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Novo Horizonte e Boa Esperança, bairros que surgem com o financiamento público de lotes urbanizados há 35 anos

Publicado no JP - 11/07/2015

Nos anos 1970, o extinto Banco Nacional de Habitação (BNH) criou um importante Programa de Financiamento de Lotes Urbanizados (Profilurb), que consistia em financiar lotes urbanizados contendo redes de distribuição de água, de esgoto e energia elétrica e, também, a construção de um sanitário.
O programa destinava-se às famílias de baixa renda, preferencialmente aquelas que moravam em favelas e em áreas de risco. Com o novo lote, a família poderia construir sua casa e, inicialmente, transferir seu barraco de madeira para o lote, que agora contaria com a infraestrutura mínima de saneamento básico e de energia elétrica.
Piracicaba habilitou-se ao Profilurb e a parceria com a Prefeitura possibilitou a aquisição de dois grandes terrenos e aprovação de dois novos loteamentos – Jardins Novo Horizonte e Boa Esperança – ambos localizados distantes da área central da cidade, mas que permitiu o acesso a terreno e futura moradia a cerca de 1300 famílias.
Ao longo do tempo, cada família construiu com recursos próprios suas casas e os dois bairros se organizaram suas associações de moradores. Durante 35 anos, as famílias lutaram por melhorias sociais e urbanas nos bairros, de responsabilidade do setor público. Gradativamente foram conquistando a iluminação pública, a escola de Ensino Fundamental, a creche, o centro comunitário, as praças, os parques infantis e o aperfeiçoamento do transporte coletivo.
De cada família, o BNH cobrou os valores dos lotes urbanizados, que representava pequenos valores dentro do orçamento familiar, cujo financiamento ultrapassou 30 anos. Com a extinção do BNH, os créditos habitacionais foram repassados para a antiga Cia. Habitacional Estadual de São Paulo (Codespaulo), depois transformada na Cia. de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), que tive oportunidade de presidir durante 2003-2004. Assim pude verificar que em São Paulo havia sete núcleos do Profilurb que ainda estavam inconclusos, pois restavam três a quatro anos de prestações para serem pagas e seus moradores ainda não possuíam a escritura definitiva de suas propriedades.
A Secretaria de Habitação e a CDHU fizeram uma articulação com o Governo Federal e amparados pela legislação federal em vigor, foram concedidos descontos expressivos para que cada proprietário pudesse quitar suas prestações e assim obter os registros dos Imóveis. As equipes técnicas do CDHU promoveram diversas reuniões com os moradores, que foram realizadas na EE Carlos Sodero, no Boa Esperança, e EE Francisco Mariano da Costa, no Novo Horizonte, com a última reunião realizada no SESI do Mario Dedini, quando finalmente se regularizou a situação de mais de 95% de seus proprietários seus proprietários, que a partir daí puderam registrar seus imóveis nos Cartórios de Registro de Imóveis da cidade.
Durante a nossa gestão como prefeito de Piracicaba, a Prefeitura continuou sendo pressionada por seus moradores para novos investimentos sociais que implicaram em reforma e reconstruções de equipamentos sociais antigos, bem como para implantação de centros sociais, de lazer e de academias de ginástica, processo que teve continuidade na atual administração.


Barjas Negri, prefeito de Piracicaba de 2005/2012

terça-feira, 7 de julho de 2015

Hoje, aproveitando a divulgação da Festa do Divino, publico abaixo artigo sobre esta grande manifestação, já tradicional em Piracicaba.
 

Festa do Divino, tradição e religiosidade na multicultural Piracicaba

Uma das particularidades de Piracicaba que sempre me chamou a atenção é a capacidade que a cidade tem de ser o palco de uma diversidade imensa de manifestações culturais. São tantos e tão importantes os eventos realizados na cidade que, até para fazer uma lista, já demandaria um certo tempo. Do Cururu à Seresta, do Carnaval Popular no Largo da Rua do Porto à Festa do Milho Verde de Tanquinho, da Festa da Polenta à Festa das Nações, da Festa de São João de Tupi à do Peixe e da Cachaça. Cada uma carregando suas cores, seus sons, sabores e peculiaridades, mas poucas tão impregnadas de tradição, simbolismo e religiosidade como a Festa do Divino Espírito Santo.
Realizada, oficialmente, desde 1826, nas margens e águas do rio Piracicaba, a Festa, de origem portuguesa, é a mais tradicional manifestação religiosa e popular da região, atraindo milhares de pessoas todos os anos para o evento, que acontece na quinzena de julho e tem duração de uma semana.
Conta a história que a Festa foi trazida para Piracicaba com os primeiros povoadores, quando Viegas Muniz introduziu o Encontro das Bandeiras no rio Piracicaba. De lá para cá, 188 anos se passaram e, apesar das modificações ocorridas no decorrer de todos esses anos, a estrutura e os principais mecanismos sociais da Festa do Divino continuam intactos.
A Festa inicia-se com a missa no Largo dos Pescadores, seguida pela derrubada e bênção dos barcos e também bênção das bandeiras. Durante toda a semana, um grande número de eventos religiosos, festivos e econômicos é realizado, como bênção das casas, tríduo solene, procissões, jantares, leilões, salva de morteiros, festanças folclóricas (congada, cana verde, dança dos tangarás, cateretê) entre outras manifestações individuais e coletivas.
Ela desempenha um importante papel na formação da identidade cultural da cidade e proporciona um diálogo entre o passado e o presente, reunindo diferentes setores do catolicismo oficial e popular, o que a torna ainda mais peculiar.
Como cidadão piracicabano, acostumado a assistir às celebrações da Festa do Divino desde pequeno, não poderia deixar de falar do aspecto emocional que esse evento desperta, não só em mim, mas também em milhares de pessoas. É impossível não se deixar envolver pela magia e tradição que a Festa expressa ao ver o mastro das bandeiras com a pomba branca, envolta por um arco de flores, simbolizando o Divino, fixado às margens do Piracicaba. Isso representa a chegada de um novo tempo: o tempo das festas e agradecimento das graças alcançadas.
Essa emoção foi ainda maior em 2008, quando eu fui festeiro da Festa. O festeiro é a figura central nos rituais da festa e, percorrendo as ruas de Piracicaba como festeiro, pude perceber, ainda mais, a importância do evento para a vida das pessoas.
Ver Piracicaba como palco de grandes eventos, como é a Festa do Divino, ao mesmo tempo em que se desenvolve e acelera seu crescimento econômico e social, sem perder o ar lúdico de cidade do interior e mantendo e valorizando a cultura popular, é motivo de orgulho para nós e serve como exemplo para outros municípios.
Barjas Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2015

Concerto com Obras de Ernest Mahle

Convidamos a todos para assistir ao Concerto com Obras de Ernst Mahle hoje, às 19h30 na Sala Dr. Mahle. Se apresentarão: João Paulo Casarotti, Michael Gurt, Crystal Casarotti, Antônio Pessotti, Cecília Bellato, Gabriel Rebolla, Raíssa Amaral, Marcos Antonio Santana Cruz e o quarteto Opus4.
O Recital faz parte do II Encontro Internacional de Pianistas. Ingressos em R$30 e R$15 para inteira e meia, respectivamente. Contamos com a presença de todos!~

O papel da oposição

Mais um bom artigo do ex-presidente FHC saiu no fim de semana no Estadão. Recomendo a leitura. 

Por Fernando Henrique Cardoso

Há muitos anos, na década de 1970, escrevi um artigo com o título acima no jornal Opinião, que pertencia à chamada imprensa “nanica”, mas era influente. Referia-me ao papel do MDB e das oposições não institucionais. Na época, me parecia ser necessário reforçar a frente única antiautoritária e eu conclamava as esquerdas não armadas, sobretudo as universitárias, a se unirem com um objetivo claro: apoiar a luta do MDB no Congresso e mobilizar a sociedade pela democracia.
Só dez anos depois a sociedade passou a atuar mais diretamente em favor dos objetivos pregados pela oposição, aos quais se somaram também palavras de ordem econômicas, como o fim do “arrocho” salarial.
No entretempo, vivia-se no embalo do crescimento econômico e da aceitação popular dos generais presidentes, sendo que o mais criticado pelas oposições, em função do aumento de práticas repressivas, o general Médici, foi o mais popular: 75% de aprovação.
Não obstante, não desanimávamos. Graças à persistência de algumas vozes, como a de Ulisses Guimarães, às inquietações sociais manifestadas pelas greves do final da década e ao aproveitamento pelos opositores de toda brecha que os atropelos do exercício do governo, ou as dificuldades da economia proporcionaram (como as crises do petróleo, o aumento da dívida externa e a inflação), as oposições não calavam. Em 1974, o MDB até alcançou expressiva vitória eleitoral em pleno regime autoritário.
Por que escrevo isso novamente, 35 anos depois?
Para recordar que cabe às oposições, como é óbvio e quase ridículo de escrever, se oporem ao governo. Mas para tal precisam afirmar posições, pois, se não falam em nome de alguma causa, alguma política e alguns valores, as vozes se perdem no burburinho das maledicências diárias sem chegar aos ouvidos do povo. Todas as vozes se confundem e não faltará quem diga – pois dizem mesmo sem ser certo – que todos, governo e oposição, são farinhas do mesmo saco, no fundo “políticos”. E o que se pode esperar dos políticos, pensa o povo, senão a busca de vantagens pessoais, quando não clientelismo e corrupção?
Diante do autoritarismo era mais fácil fincar estacas em um terreno político e alvejar o outro lado. Na situação presente, as dificuldades são maiores. Isso graças à convergência entre dois processos não totalmente independentes: o “triunfo do capitalismo” entre nós (sob sua forma global, diga-se) e a adesão progressiva – no começo envergonhada e por fim mais deslavada – do petismo lulista à nova ordem e a suas ideologias.
Se a estes processos somarmos o efeito dissolvente que o carisma de Lula produziu nas instituições, as oposições têm de se situar politicamente em um quadro complexo.
Complexidade crescente a partir dos primeiros passos do governo Dilma que, com estilo até agora contrastante com o do antecessor, pode envolver parte das classes médias. Estas, a despeito dos êxitos econômicos e da publicidade desbragada do governo anterior, mantiveram certa reserva diante de Lula. Esta reserva pode diminuir com relação ao governo atual se ele, seja por que razão for, comportar-se de maneira distinta do governo anterior.
É cedo para avaliar a consistência de mudanças no estilo de governar da presidente Dilma. Estamos no início do mandato e os sinais de novos rumos dados até agora são insuficientes para avaliar o percurso futuro.
É preciso refazer caminhosAntes de especificar estes argumentos, esclareço que a maior complexidade para as oposições se firmarem no quadro atual – comparando com o que ocorreu no regime autoritário, e mesmo com o petismo durante meu governo, pois o PT mantinha uma retórica semianticapitalista – não diminui a importância de fincar a oposição no terreno político e dos valores, para que não se perca no oportunismo nem perca eficácia e sentido, aumentando o desânimo que leva à inação.
É preciso, portanto, refazer caminhos, a começar pelo reconhecimento da derrota: uma oposição que perde três disputas presidenciais não pode se acomodar com a falta de autocrítica e insistir em escusas que jogam a responsabilidade pelos fracassos no terreno “do outro”. Não estou, portanto, utilizando o que disse acima para justificar certa perplexidade das oposições, mas para situar melhor o campo no qual se devem mover.
Se as forças governistas foram capazes de mudar camaleonicamente a ponto de reivindicarem o terem construído a estabilidade financeira e a abertura da economia, formando os “campeões nacionais” – as empresas que se globalizam – isso se deu porque as oposições minimizaram a capacidade de contorcionismo do PT, que começou com a Carta aos Brasileiros de junho de 1994 e se desnudou quando Lula foi simultaneamente ao Fórum Social de Porto Alegre e a Davos.
Era o sinal de “adeus às armas”: socialismo só para enganar trouxas, nacional–desenvolvimentismo só como “etapa”. Uma tendência, contudo, não mudou, a do hegemonismo, ainda assim, aceitando aliados de cabresto.
Segmentos numerosos das oposições de hoje, mesmo no PSDB, aceitaram a modernização representada pelo governo FHC com dor de consciência, pois sentiam bater no coração as mensagens atrasadas do esquerdismo petista ou de sua leniência com o empreguismo estatal.
Não reivindicaram com força, por isso mesmo, os feitos da modernização econômica e do fortalecimento das instituições, fato muito bem exemplificado pela displicência em defender os êxitos da privatização ou as políticas saneadoras, ou de recusar com vigor a mentira repetida de que houve compra de votos pelo governo para a aprovação da emenda da reeleição, ou de denunciar atrasos institucionais, como a perda de autonomia e importância das agências reguladoras.
Da mesma maneira, só para dar mais alguns exemplos, o Proer e o Proes, graças aos quais o sistema financeiro se tornou mais sólido, foram solenemente ignorados, quando não estigmatizados. Os efeitos positivos da quebra dos monopólios, o do petróleo mais que qualquer outro, levando a Petrobras a competir e a atuar como empresa global e não como repartição pública, não foram reivindicados como êxitos do PSDB.
O estupendo sucesso da Vale, da Embraer ou das teles e da Rede Ferroviária sucumbiu no murmúrio maledicente de “privatarias” que não existiram. A política de valorização do salário mínimo, que se iniciou no governo Itamar Franco e se firmou no do PSDB, virou glória do petismo.
As políticas compensatórias iniciadas no governo do PSDB – as bolsas – que o próprio Lula acusava de serem esmolas e quase naufragaram no natimorto Fome Zero – voltaram a brilhar na boca de Lula, pai dos pobres, diante do silêncio da oposição e deslumbramento do país e… do mundo!
Não escrevo isso como lamúria, nem com a vã pretensão de imaginar que é hora de reivindicar feitos do governo peessedebista. Inês é morta, o passado… passou. Nem seria justo dizer que não houve nas oposições quem mencionasse com coragem muito do que fizemos e criticasse o lulismo.
As vozes dos setores mais vigorosos da oposição se estiolaram, entretanto, nos muros do Congresso e este perdeu força política e capacidade de ressonância. Os partidos se transformaram em clubes congressuais, abandonando as ruas; muitos parlamentares trocaram o exercício do poder no Congresso por um prato de lentilhas: a cada nova negociação para assegurar a “governabilidade”, mais vantagens recebem os congressistas e menos força político-transformadora tem o Congresso.
Na medida em que a maioria dos partidos e dos parlamentares foi entrando no jogo de fazer emendas ao orçamento (para beneficiar suas regiões, interesses – legítimos ou não – de entidades e, por fim, sua reeleição), o Congresso foi perdendo relevância e poder.
Consequentemente, as vozes parlamentares, em especial as de oposição, que são as que mais precisam da instituição parlamentar para que seu brado seja escutado, perderam ressonância na sociedade.
Com a aceitação sem protesto do “modo lulista de governar” por meio de medidas provisórias, para que serve o Congresso senão para chancelar decisões do Executivo e receber benesses? Principalmente, quando muitos congressistas estão dispostos a fazer o papel de maioria obediente a troco da liberação pelo Executivo das verbas de suas emendas, sem esquecer que alguns oposicionistas embarcam na mesma canoa.
Ironicamente, uma importante modificação institucional, a descentralização da ação executiva federal, estabelecida na Constituição de 1988 e consubstanciada desde os governos Itamar Franco e FHC, diluiu sua efetividade técnico–administrativa em uma pletora de recursos orçamentários “carimbados”, isto é, de orientação político-clientelista definida, acarretando sujeição ao Poder Central, ou, melhor, a quem o simboliza pessoalmente e ao partido hegemônico.
Neste sentido, diminuiu o papel político dos governadores, bastião do oposicionismo em estados importantes, pois a relação entre prefeituras e governo federal saltou os governos estaduais e passou a se dar mais diretamente com a presidência da República, por meio de uma secretaria especial colada ao gabinete presidencial.
Como, por outra parte, existe – ou existiu até a pouco – certa folga fiscal e a sociedade passa por período de intensa mobilidade social movida pelo dinamismo da economia internacional e pelas políticas de expansão do mercado interno que geram emprego, o desfazimento institucional produzido pelo lulismo e a difusão de práticas clientelísticas e corruptoras foram sendo absorvidos, diante da indiferença da sociedade.
Na época do mensalão, houve um início de desvendamento do novo Sistema (com S maiúsculo, como se escrevia para descrever o modelo político criado pelos governos militares).
Então, ainda havia indignação diante das denúncias que a mídia fazia e os partidos ecoavam no Parlamento. Pouco a pouco, embora a mídia continue a fazer denúncias, a própria opinião pública, isto é, os setores da opinião nacional que recebem informações, como que se anestesiou. Os cidadãos cansaram de ouvir tanto horror perante os céus sem que nada mude. Diante deste quadro, o que podem fazer as oposições?
Definir o público a ser alcançado
Em primeiro lugar, não manter ilusões: é pouco o que os partidos podem fazer para que a voz de seus parlamentares alcance a sociedade.
É preciso que as oposições se deem conta de que existe um público distinto do que se prende ao jogo político tradicional e ao que é mais atingido pelos mecanismos governamentais de difusão televisiva e midiática em geral.
As oposições se baseiam em partidos não propriamente mobilizadores de massas. A definição de qual é o outro público a ser alcançado pelas oposições e como fazer para chegar até ele e ampliar a audiência crítica é fundamental.
Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos. Isto porque o governo “aparelhou”, cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes mais eficazes do que a palavra dos oposicionistas, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Meio ambiente em Piracicaba: 10 anos de avanço

        No último mês de junho foi comemorado, mais uma vez, o Dia Mundial do Meio Ambiente. Piracicaba teve muito a celebrar em avanços na legislação ambiental municipal pela participação do setor público ao concretizar importantes ações e pela valiosa participação da sociedade civil organizada.
Nos últimos 10 anos, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sedema) incrementou suas ações. O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) tornou-se mais dinâmico e a atuação do Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), possibilitou significativos ganhos.
Não é demais recordar a aprovação da Lei Cidade Limpa (6.468/2009) que disciplinou os anúncios publicitários na cidade e tornou a paisagem urbana mais arejada. A elaboração do Plano Municipal de Resíduos Sólidos em 2009, e sua nova versão no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos de 2014, trouxe diretrizes em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a Política Municipal de Educação Ambiental. Tudo isso permitiu um salto qualitativo em diversas situações, com incremento da participação da comunidade, através do Grupo Multidisciplinar de Educação Ambiental.
O incremento da cobertura vegetal urbana, ancorado na produção do Viveiro Municipal e na implantação de diversas praças bem arborizadas em bairros da cidade, bem como da implantação de parques regionais como o da Estação Paulista, dos Jequitibás no Santa Rosa e o de Santa Terezinha, entre outros, contribuíram para alcançar o expressivo índice de mais de um milhão de mudas plantadas nesses 10 anos.
No saneamento básico, com a participação do Ministério Público através do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e da Parceria Público -Privada, foi possível ao SEMAE passar de 35% para 100% o índice de tratamento do esgoto coletado, juntando-se aos 99,4% da população com água tratada e 98% de esgoto urbano coletado. O Aterro Sanitário do Pau Queimado foi fechado devido às condições inadequadas. A coleta de resíduos atinge 99,8%, a coleta seletiva também cobre 100% da cidade e a implantação de nova Central de Tratamento de Resíduos a ser concluída em 2016, permitirá a Piracicaba alcançar um novo patamar ambiental.
A gestão de diferentes tipos de resíduos introduzida e ampliada nesse período, como pilhas e baterias, pneus, lâmpadas, eletroeletrônicos e resíduos de construção civil. Há, ainda, o Catacacareco que saltou de cerca de 5400 solicitações/ano em 2005 para mais de 7000 atendimentos em 2014, através de solicitações pelo 156 e agendamento para recolhimento de inservíveis nas residências. A coleta mostra-se também eficiente para os resíduos dos serviços de saúde. Este conjunto de ações dá a dimensão do volume e da importância das medidas ambientais adotadas.
Tais ações, aliadas a outras, como a melhoria do tratamento de esgoto em Rio Claro, protegendo o rio Corumbataí fornecedor de água potável à população piracicabana e a ação do Ministério Público junto à Prefeitura de Limeira regulamentando o descarte de resíduos químicos provenientes de produção de semijóias no rio Piracicaba, mesmo acontecendo fora do território municipal, contribuem com a preservação dos mananciais de nossa cidade.
Como se vê, muito se avançou. No entanto, é preciso que nos mantenhamos em estado de alerta e organizados para ampliar prevenções e evitar riscos maiores ao meio ambiente. Queremos repetir essa postura nos próximos 10 anos, com a mesma intensidade e ousadia dos 10 anos que se passaram.


Barjas Negri, prefeito de Piracicaba 2005/2012