De Guarda Mirim a Instituto Formar:
um ideal compartilhado por toda a cidade
Barjas Negri - Publicado JP 02/06/2012
A Guarda Mirim de Piracicaba, hoje Instituto Formar de Aprendizagem Profissional, é exemplo de perseverança e determinação no trabalho social. Desde 1966, quando foi fundada durante a administração do prefeito Luciano Guidotti, com apoio de instituições como Rotary Clube e Maçonaria, sempre se preocupou com a formação profissional de jovens carentes. Com o passar do tempo, se tornou disputadíssima por abrir portas ao mercado de trabalho.
A Guarda Mirim nasceu modesta, a partir do Projeto Lei 1.161/62, iniciativa do vereador, à época, Rubens Leite do Canto Braga e posterior liderança do comandante Frederico Ciappina Neto. No início, atendia apenas meninos de 12 a 14 anos, treinando-os para funções sociais disciplinares. No final dos anos 70, as meninas conquistaram seu espaço. Naquele momento ela já era bem conceituada junto aos empresários, como uma fonte de formação de mão de obra aprendiz da melhor qualidade.
Mesmo sem sede própria e obrigada a mudar de endereço de tempos em tempos por pressão das circunstâncias, durante mais de 45 anos de existência a corporação nunca se eximiu de seus propósitos e nem se deixou esmorecer. Já formou cerca de 7 mil alunos, que se tornaram, como a própria entidade, exemplos de superação. Acompanhei durante anos o trabalho de várias diretorias e sempre admirei aqueles que se dedicavam e se dedicam a este fim.
Depois que assumi o governo, fiquei sabendo da existência de um grupo que representava a “Guardinha” na batalha pela conquista de uma sede definitiva. Essa reivindicação me chegou em 2005 e participei de uma reunião com a diretoria da entidade, quando discutimos uma solução que viabilizasse esse sonho.
Inicialmente, solicitaram apenas a cessão de um terreno, como forma de incentivo ao início da construção. Sensibilizado pela causa, dei procedimento à demanda e, na Câmara, João Manoel fez a defesa do projeto. Começando a realizar um sonho coletivo, em 2006 a doação do terreno transformou-se na Lei Municipal 5.716. Mesmo assim a entidade encontrava dificuldades para viabilizar a obra. Foram novos encontros e ficou decidido que o município ampliaria a ajuda. Assim, firmamos um convênio que garantisse repasse de recursos para o início da construção. Mas ainda não foi o bastante e as dificuldades persistiam. A única alternativa encontrada foi que o poder público assumisse integralmente a construção do prédio.
Finalmente, depois de três anos de obra e quase meio século de espera, a sede estava pronta e foi entregue oficialmente à Guarda Mirim no dia 12 de outubro de 2011, Dia da Criança e de Nossa Senhora Aparecida. Um momento de festa e alegria, com presença de autoridade e amigos, além de muitos alunos que passaram pela entidade e hoje ocupam posições de destaque na cidade, no Estado e no País.
Para atender às necessidades dos alunos, foi construído um prédio com 576 m2, com dois andares onde estão nove salas de aula, cozinha com despensa, banheiros, galpão coberto, salas administrativas, centro de treinamento, estúdio para ensaio da banda, alfaiataria, espaço multidisciplinar e restaurante. O terreno da corporação tem mais de 2.300 m², e está muito bem localizado, atrás do Terminal de Integração do Piracicamirim.
Muito recentemente, seguindo orientações de gestão mais contemporâneas, a Guarda Mirim transformou-se no Instituto Formar. Neste novo momento, continua a se desenvolver com segurança, em plenas condições para expandir sua estrutura e, certamente, continuará contando com o apoio da iniciativa privada para se equipar e se fortalecer cada vez mais como núcleo educacional.
A entidade recebe hoje 506 adolescentes, 262 do sexo masculino e 244 do feminino, com idades que variam entre 12 e 18 anos. De casa nova, o Instituto Formar poderá dobrar sua capacidade de atendimento, consolidando-se como uma verdadeira escola de cidadania e formação profissional por meio do trabalho junto aos menores aprendizes.
Toda esta transformação ao longo de 40 e poucos anos de trabalho da institução, aconteceu sem estardalhaço. Todos os envolvidos estavam convictos de seus papéis, dando, cada um a seu tempo, as melhores condições para que essa nobre organização tivesse vida longa e continuasse a cumprir seu ideal. Um ideal compartilhado por toda a cidade!
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