Barjas
Negri - Publicado no JP dia 25 de julho de 2015
Nesta
semana, a Raízen inaugurou em Piracicaba a sua nova usina exclusiva
para a produção de etanol de segunda geração, também conhecido
como 2G. A nova usina está em funcionamento desde novembro de 2014 e
recebeu investimentos da ordem de R$ 230 milhões para produzir até
40 milhões de litros de biocombustível por ano.
Na
verdade, a nova usina está anexada/interligada à Usina Costa Pinto,
e é a primeira do Grupo Raízen / Cosan a produzir etanol
celulósico, obtido a partir do bagaço e da própria palha de cana
de açúcar. Essa nova unidade é resultado de dez anos de trabalho e
foi possível graças à parceria da Raízen com a Logen
Corporation, empresa canadense de
biotecnologia, que resultou na formação da joint
venture Logen Energy,
detentora de tecnologia de processo de biomassa para a produção do
etanol de segunda geração.
Um
dos aspectos positivos da nova tecnologia é que ela permite aos
resíduos da cana passarem por um pré-tratamento com desestruturação
das fibras e transformá-los em açucares solúveis por um processo
conhecido por hidrólise enzimática para, finalmente, sofrerem um
processo de fermentação que converte o açúcar em etanol. É bom
lembrar que além das vantagens ambientais do etanol essa nova
tecnologia permite ampliar a produção anual do etanol sem aumentar
a área cultivada.
Em
paralelo, temos assistido uma certa recuperação do setor a partir
deste ano, com ampliação da participação do etanol na demanda
total de combustíveis, ainda que insuficiente para estimular novos e
importantes investimentos no setor.
Ocorre
que a crise do setor sucroenergético tem se arrastado por um período
muito longo (2008 – 2014) e, está na hora de haver mais apoio
governamental ao setor, de tal forma que os empresários possam dar
suas contrapartidas realizando novos investimentos no setor. A
articulação das duas ações podem abrir novas perspectivas para
ampliação da produção de máquinas e equipamentos para o setor
sucroenergético, que é a grande especialidade do setor industrial
de Piracicaba e região, que foi muito penalizado nesse período com
redução na produção e com corte no emprego.
Agora,
com a possibilidade de instalação de novas usinas tipo 2G em São
Paulo e no Brasil e, com a conclusão de novas pesquisas do setor
agrícola, envolvendo a cana transgênica, o aumento do açúcar da
cana e a busca pela cana com tolerância a seca nos próximos anos,
abre-se um horizonte mais claro e mais positivo ao setor, ao longo
dos próximos 10 anos.
Barjas
Negri, prefeito de Piracicaba (2005/2012)
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