Publicado no JP - 11/07/2015
Nos
anos 1970, o extinto Banco Nacional de Habitação (BNH) criou um
importante Programa de Financiamento de Lotes Urbanizados
(Profilurb), que consistia em financiar lotes urbanizados contendo
redes de distribuição de água, de esgoto e energia elétrica e,
também, a construção de um sanitário.
O
programa destinava-se às famílias de baixa renda, preferencialmente
aquelas que moravam em favelas e em áreas de risco. Com o novo lote,
a família poderia construir sua casa e, inicialmente, transferir seu
barraco de madeira para o lote, que agora contaria com a
infraestrutura mínima de saneamento básico e de energia elétrica.
Piracicaba
habilitou-se ao Profilurb e a parceria com a Prefeitura possibilitou
a aquisição de dois grandes terrenos e aprovação de dois novos
loteamentos – Jardins Novo Horizonte e Boa Esperança – ambos
localizados distantes da área central da cidade, mas que permitiu o
acesso a terreno e futura moradia a cerca de 1300 famílias.
Ao
longo do tempo, cada família construiu com recursos próprios suas
casas e os dois bairros se organizaram suas associações de
moradores. Durante 35 anos, as famílias lutaram por melhorias
sociais e urbanas nos bairros, de responsabilidade do setor público.
Gradativamente foram conquistando a iluminação pública, a escola
de Ensino Fundamental, a creche, o centro comunitário, as praças,
os parques infantis e o aperfeiçoamento do transporte coletivo.
De
cada família, o BNH cobrou os valores dos lotes urbanizados, que
representava pequenos valores dentro do orçamento familiar, cujo
financiamento ultrapassou 30 anos. Com a extinção do BNH, os
créditos habitacionais foram repassados para a antiga Cia.
Habitacional Estadual de São Paulo (Codespaulo), depois transformada
na Cia. de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), que tive
oportunidade de presidir durante 2003-2004. Assim pude verificar que
em São Paulo havia sete núcleos do Profilurb que ainda estavam
inconclusos, pois restavam três a quatro anos de prestações para
serem pagas e seus moradores ainda não possuíam a escritura
definitiva de suas propriedades.
A
Secretaria de Habitação e a CDHU fizeram uma articulação com o
Governo Federal e amparados pela legislação federal em vigor, foram
concedidos descontos expressivos para que cada proprietário pudesse
quitar suas prestações e assim obter os registros dos Imóveis. As
equipes técnicas do CDHU promoveram diversas reuniões com os
moradores, que foram realizadas na EE Carlos Sodero,
no Boa Esperança, e EE Francisco Mariano
da Costa, no Novo Horizonte, com a última reunião realizada no
SESI do Mario Dedini, quando finalmente se regularizou a situação
de mais de 95% de seus proprietários seus proprietários, que a
partir daí puderam registrar seus imóveis nos Cartórios de
Registro de Imóveis da cidade.
Durante
a nossa gestão como prefeito de Piracicaba, a Prefeitura continuou
sendo pressionada por seus moradores para novos investimentos sociais
que implicaram em reforma e reconstruções de equipamentos sociais
antigos, bem como para implantação de centros sociais, de lazer e
de academias de ginástica, processo que teve continuidade na atual
administração.
Barjas
Negri, prefeito de Piracicaba de 2005/2012
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